Testes de DNA identificarão autênticos descendentes de Confúcio

Mais de 3 milhões de pessoas no mundo dizem ser descendentes de Confúcio, pai do pensamento tradicional chinês. A partir de agora, um novo teste de DNA identificará os impostores, informou hoje a agência "Xinhua".

O departamento que estuda os genomas da Academia Chinesa de Ciências se propôs a criar uma base de dados genéticos da descendência do pensador, que vai identificar os potenciais parentes, desde que estejam dispostos a pagar 100 euros (US$ 125) pelo teste.

"Gostaríamos de ajudar os que dizem serem descendentes com provas e, assim, poder criar uma base de dados do DNA de Confúcio", explicou Deng Yajun, do instituto.

No entanto, os cientistas não explicaram como obtiveram uma amostra da seqüência genética do filósofo chinês para compará-la com a de seus potenciais tataranetos.

Confúcio, que viveu na China de 551 a 479 a.C., nasceu no povoado de Qufu, na província oriental de Shandong.

Os que dizem ocupar um lugar na árvore genealógica de Confúcio vivem principalmente concentrados nesta província, embora seja estimado que também existam parentes distantes em Cingapura, Malásia, Coréia do Sul e inclusive nos Estados Unidos.

A maioria deles alega possuir o mesmo sobrenome que o filósofo, Kong (o nome de Confúcio em chinês é K''ung ch''iu, "mestre Kong"), embora até agora tenha sido difícil provar que compartilhem algo mais que o nome familiar.

Confúcio foi o criador do confucionismo, corrente que forneceu as bases do pensamento tradicional chinês, com princípios como a obediência a um sistema hierárquico e à família e a busca do bem comum, filosofia que se estendeu em direção à Europa no final do século XVI.

Nesta mesma semana foi anunciado que o pensador terá uma imagem oficial a partir de setembro, que o tornará reconhecido no mundo inteiro. O ato ocorre exatamente no momento em que a China promove a abertura de institutos Confúcio em várias cidades do mundo para divulgar a língua e a cultura do gigante asiático.