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Internacional
Terça - 13 de Junho de 2006 às 08:42

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A 34ª audiência do julgamento do ex-ditador Saddam Hussein teve início nesta terça-feira no Iraque. Os oito réus são julgados pelo massacre de 148 xiitas em Dujail (norte do Iraque), após um ataque contra o comboio presidencial, em 1982.

Na sessão de ontem, prestaram depoimento três testemunhas --duas a favor de Barzan al Tikriti, meio-irmão do ex-presidente iraquiano e ex-chefe dos serviços secretos do Iraque-- e outra a favor de Awad al Bandar, presidente do tribunal que condenou os xiitas.

Durante a audiência de ontem, houve uma intensa discussão, durante a qual Al Tikriti acusou o juiz que preside o processo, Raouf Abdel Rahman, de ser "ditatorial". O juiz expulsou o réu da sala de audiência. Al Tikriti não compareceu à sessão de hoje.

A audiência desta terça-feira é o último dia para que a defesa apresente testemunhas. "Esta é a última sessão para ouvir as testemunhas de defesa", afirmou o juiz na corte. "Não queremos discursos. Vocês terão que escolher entre fazer discursos ou ouvir as testemunhas", disse.

Depois que os depoimentos das testemunhas terminarem, a promotoria e a defesa devem apresentar suas considerações finais e o júri deve se reunir para chegar a um veredicto.

Saddam e os outros sete réus podem ser condenados à pena de morte se forem considerados culpados. O julgamento --que começou em 19 de outubro de 2005-- pode terminar no final de junho, segundo um funcionário americano da corte, que pediu anonimato.

Testemunhas

Nesta terça-feira, a corte ouviu mais testemunhas de defesa --entre elas, três ex-seguranças de Saddam que estavam com o ex-ditador no dia do atentado contra seu comboio, em Dujail.

As testemunhas depuseram anonimamente, por trás de cortinas, para não sofrerem represálias.

Segundo o relato dos ex-seguranças, Saddam ordenou que eles não revidassem aos tiros disparados contra seu veículo. "Naquele momento, achei que o presidente não queria nem mesmo que um animal fosse ferido por nossos disparos", disse uma das testemunhas.

Outra testemunha afirmou que, após o ataque, moradores de Dujail aproximaram-se do veículo de Saddam para pedir desculpas pelo ataque. "Eles [os agressores] não representam o povo iraquiano, que é um povo muito bom".

Queixas

Nesta segunda-feira, um advogado americano que integra a equipe de defesa de Saddam, Curtis Doebbler, acusou a corte de "discriminar" a defesa nesta segunda-feira, dizendo que seus pedidos estão sendo "ignorados" e que testemunhas estão sendo intimidadas e ouvidas com pressa, enquanto a promotoria tem mais tempo para apresentar seu caso.

"Estamos em séria desvantagem em relação à promotoria devido à maneira que estamos sendo tratados na corte", afirmou Doebbler ao juiz Abdel Rahman. "Nós queremos trabalhar pela justiça, mas isso deve começar por um julgamento justo. Nós pedimos que o julgamernto seja suspenso para que tenhamos tempo para preparar nossa defesa", afirmou.

Segundo o advogado, sua equipe não recebeu resposta "aos seus vários pedidos". "Nós não pudemos nem ao menos visitar o local onde os eventos aconteceram em Dujail. Fiz esse pedido há um ano e não obtive resposta", disse.

A defesa argumenta que algumas das supostas 148 vítimas ainda estariam vivas, colocando em dúvida o caso da promotoria e pedindo que todos os documentos sejam revistos.





Fonte: Olhar Direto

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