Curso superior melhora a qualidade do ensino nas aldeias de MT
“Será o dia mais feliz da minha vida, pois terei um diploma do Ensino Superior. Em breve estarei lecionando na minha aldeia Santana e buscarei, junto aos meus alunos, formar cidadãos que saibam lutar pelos seus direitos”, disse Kulewâra, nome indígena pelo qual é chamado.
Não é somente Edson, da etnia Bakairi, que está se formando em nível superior. Ele terá a companhia de outros 197 colegas também indíos de outras etnias de 11 Estados brasileiros. Este momento, único e pioneiro na América Latina, será possível graças ao projeto 3º Grau Indígena, desenvolvido pelo Governo de Mato Grosso.
O 3º Grau Indígena foi criado para ofertar aos professores indígenas uma educação específica e diferenciada. “Mato Grosso é o segundo Estado do país em etnias indígenas só perdendo para o Amazonas. São mais de 37 etnias, que possuem o direito e merecem receber uma educação que respeite suas tradições e costumes”, frisou a secretaria de Estado de Educação, Ana Carla Muniz.
Edson, que atualmente preside a Organização dos Professores Indígenas do Estado de Mato Grosso (OPRIMT), explica que a realização de um curso superior específico e diferenciado é uma reivindicação de todos os povos indígenas. “Foram anos de luta, o Governo nos atendeu com a criação do 3º Grau Indígena. Mato Grosso saiu na frente e serviu de exemplo a outros Estados”, destaca.
Agora, Kulewâra pretende voltar à sala de aula. “Lecionei durante 12 anos na aldeia Santana, a 140 Km de Nobres, e parei no ano de 2000. Quero repassar às futuras gerações os conhecimentos que adquiri durante a formação para que estejam preparados para enfrentar o mundo moderno. De nada adiantaria fazer um curso superior se não fosse para compartilhar os conhecimentos”, finalizou.
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