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Saúde
Quarta - 31 de Maio de 2006 às 07:46

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Ao menos 290 casos de câncer de pulmão poderão surgir este ano em Mato Grosso. A estimativa é do Instituto Nacional do Câncer (Inca). A coordenadora da Prevenção e Controle do Câncer da Secretaria de Estado de Saúde, Helen Curvo, explicou que 90% dos casos de câncer de pulmão são causados por tabagismo. “O tabagismo está associado a praticamente todos os tipos de cânceres, além de estar relacionado também a várias outras doenças, como as coronárias”, alertou. Hoje é lembrado o Dia Mundial sem Tabaco.

Helen explicou que não há uma estatística específica em relação a outras doenças sobre a participação do tabagismo em sua causa, mas no caso do câncer esse controle é realizado. “Quando se fala em fumo lembra-se primeiramente no câncer de pulmão, mas também causa na cavidade oral, laringe, bexiga, colo do útero, de mama e rins”, completou.

Segundo ela, atualmente a incidência de casos de câncer de mama em Mato Grosso tem aumentado muito, ultrapassando até mesmo a de câncer de colo de útero. Conforme as estimativas do Inca, esta previsto o surgimento de 350 casos desse tipo de câncer para este ano, contra 280 de colo de útero. “Boa parte desses casos são causados por causa do consumo de cigarro, que tem aumentado entre as mulheres”, contou.

Sobre a campanha de combate ao tabagismo, Helen Curvo explicou que o objetivo é mostrar que a indústria tabagista continua tentando enganar os consumidores. O tema da campanha, “Tabaco: mortal sob todas as forma e disfarces”, faz alusão às novas estratégias adotadas pelas companhias de cigarro para promover seus produtos. “Os fabricantes têm investido em embalagens atrativas, formas, como charutos, cachimbos, cigarros de cravo, de bali, fumo para mascar, com sabores, como chocolate, e até os idealizados como light, suave, baixos teores, para vender uma ilusão de que os novos produtos são menos danosos à saúde, o que na verdade não acontece. O número de substâncias utilizadas é o mesmo. Não existem cigarros lights”, acrescentou Helen.

Helen alertou que os filtros existentes nos cigarros também não adiantam. “A única coisa que talvez evite é o câncer de lábio. Normalmente quem fuma charuto está mais suscetível a ele porque o contato com a nicotina é direto”, esclareceu.

Para ela, a sensibilização da população quanto aos males causados pelo tabaco é o principal objetivo de todas as campanhas realizadas. “Ninguém acredita, ninguém vê o mal. Não entendem como o tabagismo é maléfico. O cigarro é uma dependência mesmo e que para largá-lo é necessária a mudança de hábito. O problema é que o fumante acha que não sobrevive sem o cigarro. É tudo uma questão de educação”, concluiu.

Leis contra tabaco no Brasil são boas

Para a coordenadora da Prevenção e Controle do Câncer, Helen Curvo, as leis brasileiras relacionadas à questão da publicidade do cigarro são muito boas. “Essas leis estão melhorando ainda mais agora com a discussão de se reduzir as plantações do tabaco no país”, ressaltou. Segundo Helen, a expectativa é de praticamente acabar com as plantações de fumo, orientando os agricultores a trocarem essa produção por outra igualmente rentável e que apresente menos riscos à saúde. “Os agricultores, por estarem em contato direto com a planta, também estão mais suscetíveis aos seus malefícios, além de também consumirem, em sua maioria, uma maior quantidade de nicotina, pelo fato desta estar ao seu alcance”, esclareceu.

Conforme ela, com a redução das plantações no país, a exportação do produto deverá aumentar e com isso também o valor de mercado do cigarro, colocando um pouco mais de dificuldade para a compra.

Fumante passivo sofre igual ao ativo

O fumante passivo sofre tanto quanto o fumante ativo, em relação aos malefícios causados pelo cigarro. “Não tem diferença entre os dois tipos de fumantes e a incidência das doenças entre eles”, explicou a coordenadora da Prevenção e Controle do Câncer da Secretaria Estadual de Saúde, Helen Curvo.

Fumantes passivos são aquelas pessoas que inalam a fumaça de derivados do tabaco (cigarro, charuto, cigarrilhas, cachimbo e outros) por conviverem com fumantes em ambientes fechados.

O ar poluído contém, em média, três vezes mais nicotina, três vezes mais monóxido de carbono, e até cinqüenta vezes mais substâncias cancerígenas do que a fumaça que entra pela boca do fumante depois de passar pelo filtro do cigarro.

Mulheres que convivem com maridos que fumam têm 30% a mais de chance de terem câncer de pulmão do que aquelas que o companheiro não fuma.

A absorção da fumaça do cigarro por aqueles que convivem em ambientes fechados com fumantes causa, em adultos, maior risco de doença por causa do tabagismo, proporcionalmente ao tempo de exposição à fumaça e um risco 30% maior de câncer de pulmão e 24% maior de infarto do coração do que os não-fumantes que não se expõem.

Em crianças, o tabagismo passivo causa maior freqüência de resfriados e infecções do ouvido médio e risco maior de doenças respiratórias como pneumonia, bronquites e aumento da intensidade da asma.

Já em bebês causa um risco cinco vezes maior de morrerem subitamente sem uma causa aparente (Síndrome da Morte Súbita Infantil) e maior risco de doenças pulmonares até 1 ano de idade, proporcionalmente ao número de fumantes em casa.

Fumantes passivos também sofrem com irritação nos olhos, tosse, aumento de problemas alérgicos, principalmente das vias respiratórias e aumento dos problemas cardíacos.





Fonte: Folha do Estado

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