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Polícia Brasil
Segunda - 15 de Maio de 2006 às 07:16
Por: Patrícia Neves

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A Justiça Federal determinou que as 48 pessoas detidas durante a operação "Sanguessuga" permaneçam presas preventivamente, atendendo a um pedido feito pelo presidente do inquérito, o delegado federal Tardelli Boaventura. Quatro homens e duas mulheres que foram usados como "laranjas" pelo esquema de venda superfaturada de ambulâncias não ficarão presos. A Polícia Federal pediu a prisão temporária de 54 pessoas quando desencadeou a ação em 5 de maio. Todos os presos, do grupo que atuava em 7 estados diferentes, estão divididos entre o anexo 1, do Pascoal Ramos, a "Gepol" e a penitenciária feminina do Pascoal Ramos.

A família Vedoin-Trevisan figura como a principal beneficiada pelo esquema que envolvia assessores e, possivelmente, deputados federais que destinariam emendas para a compra de ambulâncias mediante pagamento de propinas. Em cinco anos, R$ 110 milhões em verbas federais foram movimentadas pelo esquema. Até agora a Justiça negou pedidos de habeas corpus solicitados pela defesa dos acusados.

Desde dezembro de 2005, os advogados da família tentam impedir que as investigações sejam realizadas pela PF. No pedido, argumentam que as acusações estão vinculadas a deputados federais, que possuem foro privilegiado. Logo, a investigação seria de competência da Procuradoria Geral da República (PGR)

Depoimento - O delegado Tardelli Boaventura terá de prestar informações ao Congresso Nacional, amanhã, a partir das 10h. Boaventura foi convidado pelo presidente da Câmara dos Deputados, Aldo Rebelo (PCdoB-SP), juntamente com representantes do Ministério Público Federal (MPF).

Os deputados federais criticam o vazamento dos nomes de colegas que possam estar envolvidos e cobram um posicionamento da instituição em relação ao que chamaram de onda de "denuncismo contra os parlamentares". A reportagem não conseguiu contato com o delegado Boaventura na tarde de ontem, por meio do telefone celular, mas em nota divulgada na semana passada a PF afirma que a instituição tem trabalhado dentro de suas atribuições e pediu ajuda à imprensa para que o trabalho não seja "esmorecido". Trecho da nota diz ainda que "é com surpresa que observamos determinadas pessoas, algumas inclusive conhecedoras da lei, tentando macular o trabalho da PF, ao atribuir à instituição a responsabilidade por eventual mistura do joio com trigo, no que tange aos parlamentares mencionados no curso da operação".





Fonte: A Gazeta

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