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Politica Brasil
Quarta - 03 de Maio de 2006 às 08:04
Por: Natacha Wogel

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Com a desenvoltura de quem tem convicção de que escapará de todas as acusações que pesam sobre si, o bicheiro João Arcanjo Ribeiro concedeu ontem entrevista coletiva à imprensa mato-grossense. Por pouco mais de uma hora de conversa, aquele que é acusado de chefiar o crime organizado no Estado tratou dos mais variados assuntos, desde aspectos de sua intimidade com a sua família, até de políticos que se beneficiaram de seus empréstimos em favor de pleitos eleitorais, inclusive sobre aqueles que negavam qualquer tipo de contato com o bicheiro.

Arcanjo confirmou que recebeu a visita do senador da República pelo PSDB de Mato Grosso, Antero Paes de Barros, em sua fazenda, anos antes de disputar as eleições de 2002, quando concorreu a governador. Com clareza sobre as informações, o bicheiro contou que Antero esteve na fazenda, acompanhado de dois empresários, para dizer que enfrentaria uma campanha e precisava de dinheiro. Ele também se surpreendeu com a informação de que Antero já teria admitido que esteve na fazenda. “Antes ele dizia que nem me conhecia”, comentou.

Quanto aos deputados da Assembléia Legislativa, especificamente sobre José Geraldo Riva (PP) e Humberto Bosaipo (PFL), Arcanjo relembrou que a dívida pessoal dos dois ultrapassa R$ 15 milhões. A quantia, que segundo ele, precisa ser corrigida, chega a R$ 40 milhões, dinheiro que pretende cobrar por ter certeza absoluta sobre a dívida.

Amigos, o dono do jogo do bicho, como se intitula ao longo da entrevista, diz ter poucos e que dentre eles não haveria nenhum político, nem aqueles que se diziam seus amigos no passado. Mas o bicheiro também diz não carregar mágoa de ninguém, muito menos daqueles que o acusam de ser o ‘Al Capone’ de Mato Grosso. “É o papel deles. Mas confio na verdade e na Justiça”, comentando que não acreditava que tivesse inimigos até a deflagração da Operação Arca de Noé, em dezembro de 2002.

Sobre as oito mortes de que é acusado de mandante, garante que nunca mandou matar ninguém na vida, nem mesmo determinou algum ato de violência contra qualquer pessoa. “Não acredito que as pessoas tenham medo de mim. Quem me conhece, sabe que não sou essa pessoa violenta que dizem”. Pelo contrário, o bicheiro diz que era o centro das atenções quando ia às missas da igreja do Rosário, no centro de Cuiabá. “As pessoas queriam sentar ao meu lado”.





Fonte: Diário de Cuiabá

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