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Economia
Terça - 21 de Março de 2006 às 08:29
Por: Marcondes Maciel

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A crise de estoque levou as usinas de álcool de Mato Grosso a antecipar o início da produção em 2006. Com os volumes de álcool praticamente no fim, a colheita, que normalmente ocorre no final de abril, este ano está antecipada em mais de um mês.

A destilaria de álcool Libra, localizada em São José do Rio Claro, por exemplo, decidiu adiantar os trabalhos e desde o último dia 10 deu início à nova safra. Na primeira semana de abril, pelo menos mais três usinas estarão no pico da produção, como é o caso das Usinas Itamarati, a partir de 1º de abril, Cooperativa Agrícola de Produtores de Cana de Rio Branco (Cooperb I), dia 3, e Cooperativa dos Produtores de Cana de Campo Novo do Parecis (Cooprodia), dia 5.

Ainda no mês de abril, mais três destilarias entram em operação e, em maio, outras três. O processo de produção será encerrado em junho, quando as duas últimas destilarias (Usimat e Alcoopan) começam o trabalho de colheita e moagem.

Este ano, Mato Grosso espera produzir 783,2 milhões de litros de álcool, sendo 415 milhões de litros de hidratado e 368 milhões de litros de álcool anidro. Está previsto um incremento de 1,62% em relação à safra total de 2005, que foi de 770,58 milhões de litros (474,8 milhões de litros de hidratado e 295,7 milhões de litros de anidro). De acordo com o Sindicato das Indústrias Sucro-alcooleiras de Mato Grosso (Sindálcool), a maior safra foi registrada em 2004, com 814 milhões de litros.

“Com a recuperação dos preços, a previsão é de que a produção cresça continuamente a partir do próximo ano”, estima o diretor-executivo do Sindálcool, Alcidinei Ângelo de Souza.

Se a produção ainda não atingiu o recorde, o consumo vem aumentando ano a ano. Em 2005, segundo a Agência Nacional de Petróleo (ANP), o consumo de álcool anidro e hidratado em Mato Grosso foi de 162 milhões de litros, com crescimento de 6,57% em relação ao ano anterior (152 milhões de litros). Em relação a 2003, houve incremento de 40,86% no consumo.

O Sindálcool estima que a partir de abril a tendência seja de queda nos preços do álcool, o que deverá estimular o consumo. Souza acredita que os preços para o produtor caiam dos atuais R$ 1,10 para no máximo R$ 0,90, “conforme previsões da Bolsa de Mercadorias e Futuros”.

As destilarias de álcool de Mato Grosso deverão manter o ritmo de vendas do ano passado, comercializando 50% do álcool hidratado para São Paulo e Paraná, e 60% do anidro para o mercado paulista. O restante é rateado aos estados de Rondônia, Acre, Amazonas e Norte do Pará, ficando cerca de 130 milhões de litros de álcool para o mercado local interno.

RAIO-X - O parque sucroalcooleiro de Mato Grosso é formado por 11 destilarias que geram atualmente 16 mil empregos diretos na indústria e nas lavouras de cana-de-açúcar, que ocupam uma área de 198 mil hectares no Estado.

O Sindálcool estima que no pico da produção (final de abril), o número de trabalhadores na indústria canavieira de Mato Grosso poderá somar 24 mil vagas. Deste total, 80% estarão nos canaviais (corte de cana) e outros 20% na indústria e área administrativa.





Fonte: Diário de Cuiabá

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