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Cidades/Geral
Quarta - 15 de Março de 2006 às 15:18
Por: Sandra Sato

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A decisão do governo brasileiro de passar a exigir a expressão “contém” nas embalagens de produtos compostos por organismos geneticamente modificados, respeitada transição de quarto anos, dividiu opiniões dos participantes da 3ª Reunião das Partes do Protocolo de Cartagena sobre Biossegurança (MOP 3).

O gerente de Recursos Genéticos do Ministério do Meio Ambiente, Rubens Nodari, classificou como “uma vitória em direção à biodiversidade e biossegurança” a decisão tomada ontem em reunião no Palácio do Planalto entre o presidente Luiz Inácio Lula da Silva e as ministras de Meio Ambiente, Marina Silva, e a da Casa Civil, Dilma Roussef.

O vice-presidente da Associação dos Produtores de Soja do Estado do Mato Grosso (Aprosoja), Marcos da Rosa, diz que o governo brasileiro comete o segundo erro com a classe produtiva. Na opinião dele, o país sequer deveria ser signatário do Protocolo de Cartagena, pois os outros grandes produtores de soja, como Estados Unidos e Argentina, não aderiram ao acordo.

Mesmo com o prazo de quarto anos para adaptação dos produtores que ainda não segregam as sementes geneticamente modificadas, Rosa estima que o custo de produção irá triplicar e os agricultores terão prejuízos.

O diretor de Campanhas do Greenpeace, Marcelo Furtado, também não ficou satisfeito com a decisão, mas por motivo oposto ao de Rosa. “Quatro anos são inadmissíveis”, afirmou. Ele adiantou que organizações não-governamentais entregarão, nesta tarde, uma carta à ministra Marina Silva reclamando do prazo de transição. Apesar da crítica, a carta também elogiará a mudança de posição do Brasil que na 2.a Reunião das Partes do Protocolo de Cartagena sobre Biossegurança, no Canadá, votou pela expressão “pode conter” o que não permitia uma identificação precisa dos produtos.

O gerente de Recursos Genéticos, Rubens Nodari, informa que o Ministério do Meio Ambiente defendia um período de dois anos para a transição, mas nas negociações dentro do próprio governo acabou sendo convencido de que seria necessário prazo maior por problemas de logística, edição de normas e capacitação de operadores de portos, entre outros. Nodari afirma também que o Brasil traz para a MOP 3 uma proposta inovadora e, agora, é esperar a palavra dos outros países-membros do Protocolo de Cartagena.





Fonte: 24HorasNews

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