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Internacional
Terça - 03 de Janeiro de 2006 às 18:08

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Caracas 3 jan (EFE).- O presidente eleito da Bolívia, Evo Morales, disse hoje, em sua chegada a Caracas que se junta à luta "antineoliberal e antiimperialista", em clara referência a sua adesão a Cuba e Venezuela frente os Estados Unidos. "Nos somamos à tarefa de Fidel (Castro) em Cuba e de Hugo (Chávez) na Venezuela para responder às necessidades das maiorias nacionais", disse Morales no aeroporto de Caracas, onde recebeu honras de chefe de Estado.

"São tempos novos. Esse milênio será para os povos, não para o Império", afirmou Morales, que também deixou claro que seus objetivos serão "mudar à Bolívia" e "libertar o povo boliviano".

O líder boliviano também destacou que o futuro de seu país está unido ao do resto das nações latino-americanas através de uma integração livre de tutelas externas.

Morales, que vinha de La Paz, chegou ao aeroporto da capital venezuelana às 9h50 (11h50 de Brasília) em um Airbus de Cubana de Aviação.

Após cumprir o protocolo, o presidente eleito da Bolívia, que assumirá o cargo em 22 de janeiro, foi ao Panteão Nacional, em Caracas, onde colocou flores diante do túmulo do Libertador Simón Bolívar e rendeu honras ao cacique Guaicaipuro.

No local, foi homenageado por uma orquestra e coro juvenis que interpretaram os hinos da Bolívia e da Venezuela, além de uma canção folclórica cantada na língua indígena aimará.

Morales, pouco habituado aos formalismos das cerimônias oficiais, cumpriu o trâmite oficial vestido com uma singela jaqueta verde.

Em seguida, se dirigiu ao palácio de Miraflores, sede do Governo, para se reunir com Chávez e assinar vários convênios de cooperação.

Um comunicado da Presidência venezuelana qualificou os convênios de "estratégicos" e detalhou que serão pautados "nos âmbitos econômico, comercial e político".

Momentos antes da chegada de Morales, Chávez destacou que a vitória eleitoral do dirigente aimará, que o transformará no primeiro índio a chegar à Presidência em seu país, é um sinal de que "povos indígenas retornam do fundo da História".

O presidente venezuelano acrescentou que a visita de Morales é um elo na "formação do eixo do bem", em contraposição ao "eixo do mal".

"Os senhores já sabem quem é o eixo do mal. O eixo do mal é Washington e seus aliados, que ameaçam, que invadem, que matam. Nós estamos formando o eixo do bem", frisou o presidente venezuelano.

Chávez também explicou que falará com Morales sobre a maneira como a Venezuela poderá contribuir para tornar realidade o programa de reformas que o líder boliviano apresentou durante a campanha eleitoral que o levou à vitória.

"Vamos apoiá-lo modestamente para que se torne realidade o que Evo chamou de resgate da dignidade da Bolívia", disse Chávez.

O governante venezuelano disse que leu as 10 propostas eleitorais feitas por Morales e assegurou que falarão sobre todas elas.

Chávez citou a nova lei de hidrocarbonetos, a convocação de uma assembléia constituinte, a lei para as autonomias regionais, o plano de desenvolvimento produtivo, a lei contra a corrupção, a lei de terras produtivas, a segurança cidadã, a soberania social, a transformação educativa e a revalorização da cultura.

Os dois dirigentes têm agendado a realização de uma entrevista coletiva conjunta ao término de suas atividades oficiais, antes que o líder boliviano deixe a capital venezuelana.

Morales, que na última sexta-feira iniciou sua viagem em Cuba, viajará de Caracas à Espanha e depois à Bélgica, França, China, África do Sul e ao Brasil, onde encerrará a jornada em 13 de janeiro.

O presidente eleito boliviano só ficará algumas horas na Venezuela e, ao entardecer, tomará um vôo para Madri onde amanhã, se reunirá com o presidente do Governo espanhol José Luis Rodríguez Zapatero. EFE ar sb/ag




Fonte: efe

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