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Saúde
Segunda - 26 de Dezembro de 2005 às 16:45

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O maior problema dos altos índices de Hanseníase detectados pela Organização Mundial de Saúde é o preconceito. Segundo a responsável pelo Programa Municipal de Combate à doença, Célia M. Florentino, a Secretaria de Saúde de Cuiabá está engajada em diminuir estes índices, tanto é que foram realizados mutirões onde foram diagnosticados os casos em todas as unidades de saúde da capital. O diagnóstico pode ser feito em toda a rede de saúde e gratuitamente. A Secretaria Municipal de Saúde alerta que quanto antes for detectada a doença, mais rápida pode ser curada, sem deixar seqüelas. “Àqueles que escondem a doença, geralmente apresenta estados avançados e agudos, chegando a ter deformações visíveis pelo corpo. Mas isso pode ser tratado e curado”, diz Célia.

O tratamento será 100% eficiente se for levado a sério do começo ao fim. Os sintomas geralmente são manchas na pele de várias tonalidades. As mais crônicas são as de cores esbranquiçadas e avermelhadas. Há ainda os casos em que há perda de sensibilidade na pele, mas também pode haver pacientes que tenham Hanseníase e desenvolvam outros sintomas, como dores nas articulações e músculos, comumente confundidos com reumatismo.

A transmissão da Hanseníase se dá pelas vias aéreas superiores (gotículas de ar) e geralmente transmitidas em ambientes escuros, úmidos e fechadas. Segundo Célia, a cura é acessível, principalmente porque a SMS disponibiliza exames e tratamentos gratuitos, mas é preciso que as pessoas conscientizem-se da necessidade de procurar auxílio médico: “Há uma tendência de se esconder a doença, principalmente por causa do preconceito, mas estamos revertendo este quadro através de campanhas e mutirões, com a finalidade de diminuir os índices alarmantes já registrados”.

Já na primeira dose do tratamento, 99% dos bacilos são eliminados e não há mais chances de contaminação. A doença é causada pelo micróbio bacilo Hansen e ataca normalmente a pele, os olhos e nervos. Segundo o Ministério da Saúde, a maioria das pessoas é resistente ao bacilo e, portanto, não adoece. De 7 doentes, apenas um oferece risco de contaminação. De 8 pessoas que mantém contato com pacientes com possibilidade de infecção, apenas 2 contraem a doença. Desses 2, um torna-se infectante.

FORMAS DA DOENÇA

A Hanseníase se apresenta, basicamente, de duas formas. O tratamento depende do tipo:

Paulibacilar (com poucos bacilos), o tratamento é mais rápido. É dada uma dose mensal de remédios durante seis meses. Além da ingestão de um comprimido diário.

Multibacilar (com muitos bacilos), o tempo para tratamento é mais longo. São 12 doses do medicamento, uma por mês. Além de dois outros remédios diários durante os dois anos.

METAS

O Brasil tem até o final de 2005 para eliminar a doença em nível nacional. Esse é o prazo para cumprir um compromisso assumido com a Organização Mundial da Saúde (OMS) há treze anos, quando o governo brasileiro e outros 112 países comprometeram-se a reduzir, até 2000, o número de casos de hanseníase para menos de um em cada 10 mil habitantes — proporção em que a chance de transmissão é muito menor e a doença deixa de ser considerada um problema de saúde pública.

Até 2000, 89 nações já haviam honrado o compromisso, mas o Brasil não. No ano passado 68.646 brasileiros ainda viviam com hanseníase, ou 3,8 em cada 10 mil. Dois terços desses casos (42.241) surgiram em 2003, o que significa um novo hanseniano a cada 12 minutos.

Ainda que a meta da OMS seja cumprida até 2005, a hanseníase não será completamente eliminada no país inteiro. A soma dos casos nos 27 Estados brasileiros dividida pela nossa população (170 milhões) deverá resultar em menos de um caso por 10 mil pessoas. Mas em Estados nos quais a ocorrência da hanseníase é comum, como em Rondônia e Mato Grosso, a doença não será controlada antes de 2007, segundo o próprio Ministério da Saúde.




Fonte: Cuiabá-online

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