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Terça - 22 de Novembro de 2005 às 13:26

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O ator Jamie Foxx, o rapper Snoop Dogg e Bianca Jagger pediram ao governador da Califórnia, o ator Arnold Schwarzenegger, que conceda seu perdão a um ex-membro de uma quadrilha, que virou ativista contra a violência e símbolo da luta contra a pena de morte.

A menos de um mês da execução de Stanley Williams, prevista para 13 de dezembro por injeção letal, Bianca Jagger, ex-mulher do ícone do rock Mick Jagger, foi à prisão de San Quentin, onde o réu cumpre pena há 25 anos, para pedir clemência ao governador da Califórnia.

"Dirijo-me ao governador Schwarzenegger", disse Bianca, com voz trêmula e lágrimas nos olhos. "O senhor pode dar a clemência: mude sua condenação à morte por uma pena de prisão sem direito à liberdade condicional", pediu a ex-modelo.

Stanley Williams, também chamado de Tookie, 51 anos, co-fundador, em 1971, da gangue Crips, uma das mais célebres e violentas das ruas de Los Angeles, foi condenado em 1981 à pena capital pela morte de quatro pessoas - acusação que ele não reconhece e alega inocência.

Depois de sua condenação, Williams modificou sua vida e escreveu livros para evitar que crianças e adolescentes ingressassem em gangues, o que significou várias indicações ao Prêmio Nobel da Paz.

"Devemos fazer o correto. Ao executar Williams, excluiremos a possibilidade de reabilitação que existe em todos nós, e também seria uma grande injustiça executar alguém que é inocente", afirmou Jagger.

No sábado passado, o rapper americano Snoop Dogg, também ex-membro da gangue Crips, liderou um protesto de 1.500 pessoas em frente à famosa prisão, localizada perto de São Francisco, para pedir que o governador poupe a vida de Williams.

"Quero dizer ao senhor, governador, que Stanley 'Tookie' Williams não é um homem comum e corrente", afirmou Dogg. "Ele nos inspira. Ele me inspirou. E milhões se inspiram em mim", disse o famoso ícone do rap.

Williams foi sentenciado à morte pelo assassinato do proprietário de uma loja e de um casal de chineses e sua pequena filha durante um roubo à mão armada.

"Não podemos permitir que isso ocorra (a execução)", disse o ator Jamie Foxx, ganhador em 2005 de um Oscar por sua interpretação em Ray. "Devemos fazer o impossível para impedi-la", acrescentou.

Em mensagem gravada, transmitida no sábado durante o protesto, Williams afirmou que o fato de estar "preso como um animal" o ajudou a uma "limpeza em sua alma".

Até o momento, todos os recursos legais foram negados e Suprema Corte americana se negou a examinar o caso.

"Stanley Williams se converteu em símbolo de esperança para aqueles que mais a necessitam", disse Peter Fleming, um dos advogados do réu.

"Arnold Schwarzenegger deve admitir os extraordinários feitos no caso de Stanley Williams e mudar a pena capital (por uma condenação de prisão). Do contrário, enviaremos a mensagem de que uma segunda oportunidade não é possível", escreveu a organização Anistia Internacional em comunicado.

O gabinete de Schwarzenegger se negou a responder qual medida será tomada pelo governador.

Segundo Michael Brennan, professor de direito da Universidade do Sul da Califórnia, é pouco provável que Schwarzenegger, partidário da pena capital, salve a vida de Williams. A decisão será política, afirmou. "É candidato à reeleição (em 2006) e se perdoar Tookie Williams perderá mais votos do que ganhará", afirmou Brennan.

Desde que assumiu o poder em 2003, Schwarzenegger se negou a indultar dois prisioneiros. No total, 647 pessoas (633 homens e 14 mulheres) estão no corredor da morte.





Fonte: AFP

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