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Saúde
Quarta - 16 de Novembro de 2005 às 17:28
Por: Jesiel Pinto

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O Estado terá, a partir no primeiro semestre de 2006, um laboratório apropriado para realizar exames de compatibilidade que permitirá o fortalecimento e aceleração do processo de transplantes de rins em Mato Grosso. Já para o transplante de medula óssea o prazo fica sendo março de 2006. A informação partiu do superintendente da Central Estadual de Regulação do Sistema Único de Saúde (Cer/SUS), Vander Fernandes, que anunciou a possibilidade de realizar, com o novo laboratório, o transplante de coração. O Estado já realiza transplantes de rins, córnea e enxerto ósseo. O laboratório de exames de compatibilidade está sendo construído junto ao Hospital Geral Universitário (HGU).

O cronograma dos transplantes necessita de um laboratório de confiança para realização dos exames de compatibilidade. Se não for compatível com o organismo da pessoa que vai receber o transplante o órgão, sendo um corpo estranho ao organismo do indivíduo, poderá sofrer rejeição e não trará nenhum benefício ao receptor. A Secretaria de Estado de Saúde tem cadastrados, na Central de regulação(CerSUS), cerca de 720 pacientes ativos esperando um transplante de rim.

Pacientes ativos são pessoas que precisam de um transplante e têm todas as condições clínicas de receber o novo órgão. Pacientes inativos são os que não têm condições clínicas, ou não querem ser transplantados. No ano passado 27 pacientes receberam transplantes de rim nos hospitais de Mato Grosso. Já em 2005, até o mês de outubro, 26 transplantes foram realizados. “Em Cuiabá realizamos transplantes de córneas, de rins e enxerto de osso”, lembrou Vander Fernandes.

O superintendente explicou que as famílias dos que sofrem de morte encefálica podem ser de grande ajuda, nesse caso: “Para que se faça o transplante é necessária a autorização da família do doador. Essa é uma medida determinada em Lei para evitar a comercialização de órgãos”. A autorização é indispensável nos dois casos em que a doação é possível: na morte por parada cardíaca, em que pode aproveitar as córneas do prospectivo doador, e na morte encefálica, quando é possível doar as córneas, a pele, os ossos, o coração, o pulmão, o fígado, os rins e o pâncreas.

A Lei de Doações de órgãos já passou por duas alterações no último ano. No final de 2004 foi decidido que o transplante de córneas tem de passar por um novo roteiro antes de sua realização: retira-se a córnea do doador, após se obter a autorização familiar, e ela passa pelo crivo de um Banco de Olhos sendo então liberada para o transplante. “Em Cuiabá”, informou Vander Fernandes, “estaremos usando o Hospital de Olhos como órgão verificador da qualidade das córneas”.

Em setembro de 2005 ficou decidido, pela Portaria GM 1752, que todo estabelecimento de Saúde com mais de 80 leitos é obrigado a ter uma Comissão Intra-hospitalar de Transplantes que irá notificar à Central Estadual de Regulação os casos de morte. Em Cuiabá já possuem comissões o Hospital Geral Universitário (HGU), a Santa Casa de Misericórdia e a Amecor,Pronto Socorro Municipal de Cuiabá. No Hospital do Câncer, Hospital Jardim Cuiabá e Hospital Universitário Júlio Muller, segundo Vander Fernandes, essas comissões estão em fase de andamento.

Vander Fernandes pediu a ajuda das famílias para os casos de autorização de doação de órgãos. “É uma situação muito delicada, em que as emoções estão naturalmente à flor da pele”, explicou. Ele comentou que a cultura, as convicções religiosas e outros fatores influem muito nas decisões, especialmente nos casos de morte encefálica: “Para se atestar a morte cerebral é obrigatória a avaliação de um neurologista clínico ou de um neurocirurgião, além dos exames de Doppler craniano e do eletro encefalograma, que decidem se há morte encefálica ou não”





Fonte: Assessoria/Ses-MT

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