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Saúde
Sábado - 21 de Maio de 2005 às 07:58

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Países-membros da Organização Mundial da Saúde (OMS) reunidos em Genebra aprovaram medidas para aumentar o estoque de vacinas contra a varíola, mas não discutiram a destruição de vírus estocados que podem ser usados como armas biológicas.

A varíola foi erradicada como doença em 1980 e desde então se discute a necessidade de destruir os estoques de vírus armazenados em laboratórios da Rússia e dos Estados Unidos.

Autoridades presentes no encontro em Genebra disseram que a destruição não foi discutida por causa de questões mais urgentes relacionadas à prevenção e ao tratamento da varíola, que é altamente contagiosa e potencialmente fatal.

As medidas apóiam a iniciativa da agência de saúde da ONU de fazer uma reserva internacional de vacinas, para o caso de uma emergência. Dois milhões e meio de doses estão sendo acumuladas pela OMS e outros países estão doando outros 31 milhões de doses.

"O objetivo de longo prazo da OMS e da Assembléia é destruir o vírus, isso é claro", disse um especialista na doença, Mike Ryan, segundo a agência de notícias Associated Press.

Arma biológica

A correspondente da BBC em Genebra, Imogen Foulkes, que acompanhou o evento da OMS, diz que a entidade tem se distanciado do objetivo de destruir os estoques de vírus desde 1998.

O medo de que o vírus caia em mãos erradas e usado em ataques biológicos levou muitos cientistas a reivindicar mais pesquisa para desenvolver novas vacinas e antivirais.

No entanto, críticos das pesquisas dizem que os novos experimentos vão apenas aumentar os riscos de alguém recriar o vírus, cujo código genético é conhecido, e manipulá-lo como uma arma biológica.

"Mais do que expandir a possibilidade da reintrodução da varíola no nosso mundo, nós deveríamos estar reduzindo essa possibilidade", afirma Edward Hammond, diretor de uma organização não-governamental que defende a bio-segurança Sunshine.

Países-membros da OMS, temendo a liberação do vírus altamente contagioso, também exigiram rígidos controles para as novas pesquisas.

Os laboratórios envolvidos no desenvolvimento de medicamentos para a doença receberão apenas partes do vírus para manipular, e não todo o organismo.

Alguns países defendem a instituição de um prazo para a destruição dos estoques de vírus, argumentando que esta é a única forma de proteger o mundo da volta da varíola.





Fonte: BBC Brasil

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