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Cidades/Geral
Quinta - 19 de Maio de 2005 às 17:45
Por: Luciene Oliveira

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Famílias de ex-garimpeiros do município de Apiacás (1.010 km ao Norte) já comemoram o fim de um conflito agrário que dura mais de 20 anos. O Governo do Estado, por meio do Instituto de Terras de Mato Grosso (Intermat), conseguiu a doação de uma área de 5 mil hectares, transformada em assentamento, para legalizar 100 famílias que ocupam terras particulares. Cada família vai receber 40,50ha para plantar e produzir renda.

O presidente do Intermat, Jair Mariano, esteve na região no último domingo (15.05) para fazer a distribuição dos lotes. O presidente relatou que recebeu do governador Blairo Maggi e do secretário de Segurança Pública Célio Wilson, a incumbência de resolver o problema. “Estamos aqui dando o primeiro passo para resolver uma situação que vem se alastrando por muito tempo. Se não agíssemos agora, muita gente não ia agüentar a tensão. Essa é uma ação de Governo para diminuir um problema social” frisou o presidente.

A área, onde se formou a Vila Mutum, localizada 40 km da cidade, é disputada por mais de 300 famílias de garimpeiros. Essa disputa pela posse da terra tem uma trajetória cheia de sangue e violência. Já houve várias tentativas de regularizar a área. Em 2004, as famílias foram expulsa da terra, depois de uma reintegração de posse da Justiça. O Intermat interviu na questão e conseguiu a doação da terra para assentar as famílias, sob a condição de manter a ordem na região.

Para a prefeita de Apiacás, Silda Kochemborger, a regularização das terras representa uma grande conquista para o município. “Esse é um passo muito importante para o Mutum. Nós sabemos que isso não vai resolver o problema de todos. Mas, nos só conseguimos alcançar nossos objetivos com muita luta. Se não fosse esse Governo, o presidente do Intermat, que lutou, isso não seria possível. Essa é uma luta de muitos anos que só agora esta sendo efetivada”, afirmou.

Os garimpeiros, a maioria vinda do Nordeste, chegaram na região por volta do ano de 1989, para explorar as lavras de ouro. Neste período, houve um inchaço, a população do município chegou atingir aproximadamente 69 mil pessoas, sendo 6,7 na área urbana, 8,3 na zona rural e o restante 54,5 mil habitantes eram de garimpeiros, população flutuante. Com o fim do garimpo, principal atividade econômica da época, as famílias acostumadas a defender o que é seu e sem ter para onde ir, ocuparam terras de propriedade particular. Daí começou a disputa pela permanência na terra.

Segundo o vice-prefeito e secretário de Agricultura de Apiacás, Luciano da Silva Soares, das 300 famílias que lutam para ficar na terra, 30% são de forasteiros, pessoas que vieram de fora para explorar o local, e 70% necessitam de um pedaço de terra para sobreviver. Destes, 2% ainda exploram o garimpo e os outros vão se dedicar à agricultura. “Essas pessoas têm uma história de muito sofrimento, elas só reivindicam aquilo que lhes é de direito. É um povo que merece, a maioria tem raízes aqui e precisa da terra”, revelou o vice-prefeito.




Fonte: Secom - MT

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