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Especialistas pedem apoio a acadêmicos do Iraque
Toronto (Canadá) - A Universidade das Nações Unidas (UNU) lançou nesta semana um apelo à comunidade internacional para que abra as portas a acadêmicos iraquianos, diante da situação dramática do sistema educativo naquele país após a invasão pelos Estados Unidos e aliados.
Dois anos depois do começo da ocupação, 84% das instituições iraquianas de educação superior foram queimadas, saqueadas ou destruídas; dezenas de acadêmicos foram assassinados e muitos outros estão ameaçados pela violência.
Essas são algumas das dramáticas conclusões de um relatório divulgado pelo Instituto Internacional de Liderança (IIL) da UNU - organismo com sede em Tóquio e que reúne universidades do mundo todo - e preparado pelo diretor da organização, Jariam Reddy.
Decadência
O professor Muna Odeh, diretor de programas do IIL e um dos redatores do relatório, afirma que "a decadência do sistema educativo iraquiano começou por volta de 1980 e se acentuou com os anos de isolamento e sanções que se seguiram à primeira guerra do Golfo". Mas quando os responsáveis pelas universidade iraquianas são consultados sobre a melhor forma de a comunidade internacional ajudar, a resposta é unânime e em certa forma inesperada.
"Não pedem dinheiro para a compra de equipamentos ou a reconstrução das instituições. Pedem que as universidades estrangeiras abram suas portas para professores iraquianos, porque o que necessitam é estar em contato com a experiência de outros países", explica Odeh.
Bolsas de estudos
O professor residente em Amam (Jordânia) dá um exemplo: "Quando recentemente perguntamos aos reitores de universidades qual é a melhor forma de ajudá-los, o responsável da Universidade de Bagdá me respondeu que com bolsas de estudos de uma semana para os pesquisadores".
"Perguntei por que uma semana e não seis meses, e ele me respondeu que uma semana é suficiente para estabelecer contatos com outros colegas e permitir a abertura de novas linhas de pesquisa", revela Odeh.
Reddy e Odeh afirmam que outro problema grave enfrentado pelas universidades iraquianas é a saída de cientistas, professores e pesquisadores do país, o que acabou deixando poucos educadores qualificados.
Segundo o IIL, só 33% dos professores são formados. Além disso, 2 mil laboratórios precisam de equipamentos para funcionar e em todo o país faltam 30 mil computadores.
Tradição iraquiana A situação é especialmente dramática em função do que Reddy considera "a velha tradição universitária do Iraque", onde há 20 universidades e 47 institutos de educação superior, um sistema de reconhecido prestígio internacional, onde estudam 250 mil pessoas, 44% delas mulheres.
Apesar dos problemas, Odeh afirma que existem progressos, como o aumento de salário dos professores, que agora varia entre US$ 1.000 e US$ 1.500 dólares por mês.
"A educação superior é vital para o futuro da população. O país necessita desesperadamente formar engenheiros e especialistas médicos", acrescenta Odeh, insistindo que, apesar de todas as necessidades, a maior parece ser o que ele chama de "ajuda psicológica: o apoio da comunidade internacional".
Dois anos depois do começo da ocupação, 84% das instituições iraquianas de educação superior foram queimadas, saqueadas ou destruídas; dezenas de acadêmicos foram assassinados e muitos outros estão ameaçados pela violência.
Essas são algumas das dramáticas conclusões de um relatório divulgado pelo Instituto Internacional de Liderança (IIL) da UNU - organismo com sede em Tóquio e que reúne universidades do mundo todo - e preparado pelo diretor da organização, Jariam Reddy.
Decadência
O professor Muna Odeh, diretor de programas do IIL e um dos redatores do relatório, afirma que "a decadência do sistema educativo iraquiano começou por volta de 1980 e se acentuou com os anos de isolamento e sanções que se seguiram à primeira guerra do Golfo". Mas quando os responsáveis pelas universidade iraquianas são consultados sobre a melhor forma de a comunidade internacional ajudar, a resposta é unânime e em certa forma inesperada.
"Não pedem dinheiro para a compra de equipamentos ou a reconstrução das instituições. Pedem que as universidades estrangeiras abram suas portas para professores iraquianos, porque o que necessitam é estar em contato com a experiência de outros países", explica Odeh.
Bolsas de estudos
O professor residente em Amam (Jordânia) dá um exemplo: "Quando recentemente perguntamos aos reitores de universidades qual é a melhor forma de ajudá-los, o responsável da Universidade de Bagdá me respondeu que com bolsas de estudos de uma semana para os pesquisadores".
"Perguntei por que uma semana e não seis meses, e ele me respondeu que uma semana é suficiente para estabelecer contatos com outros colegas e permitir a abertura de novas linhas de pesquisa", revela Odeh.
Reddy e Odeh afirmam que outro problema grave enfrentado pelas universidades iraquianas é a saída de cientistas, professores e pesquisadores do país, o que acabou deixando poucos educadores qualificados.
Segundo o IIL, só 33% dos professores são formados. Além disso, 2 mil laboratórios precisam de equipamentos para funcionar e em todo o país faltam 30 mil computadores.
Tradição iraquiana A situação é especialmente dramática em função do que Reddy considera "a velha tradição universitária do Iraque", onde há 20 universidades e 47 institutos de educação superior, um sistema de reconhecido prestígio internacional, onde estudam 250 mil pessoas, 44% delas mulheres.
Apesar dos problemas, Odeh afirma que existem progressos, como o aumento de salário dos professores, que agora varia entre US$ 1.000 e US$ 1.500 dólares por mês.
"A educação superior é vital para o futuro da população. O país necessita desesperadamente formar engenheiros e especialistas médicos", acrescenta Odeh, insistindo que, apesar de todas as necessidades, a maior parece ser o que ele chama de "ajuda psicológica: o apoio da comunidade internacional".
Fonte:
Agência Estado
URL Fonte: https://www.reporternews.com.br/noticia/340625/visualizar/
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