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Internacional
Quinta - 05 de Maio de 2005 às 12:37

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O chanceler alemão, Gerhard Schröder, e o presidente russo, Vladimir Putin, declararam, em entrevista conjunta, que a capitulação do Terceiro Reich constituiu uma libertação para os alemães e que a divisão não foi uma punição, mas apenas conseqüência da Guerra Fria.

Os dois dirigentes, que mantém uma relação muito próxima, expressaram estas opiniões em entrevista ao jornal popular Bild que será publicada amanhã, quinta-feira, três dias antes do sexagésimo aniversário da capitulação.

Apesar dos dramas vividos pelos alemães após sua derrota - expulsão de territórios do leste do Reich, estupro de mulheres e outros abusos do Exército Vermelho, divisão do país -, a data de 8 de maio foi o "dia da libertação da Alemanha", disseram Schröder e Putin.

O presidente russo afirmou que "naturalmente" a população alemã também sofreu durante a guerra, mas rejeita a idéia de considerar o Exército Vermelho culpado por isso. O que os alemães sofreram "não foi culpa do Exército Vermelho, não foi a União Soviética que começou a guerra", disse Putin.

Quanto à divisão da Alemanha, não foi uma punição pelos horrores da Segunda Guerra Mundial, mas conseqüência do confronto Leste-Oeste que nasceu imediatamente depois da guerra, acrescentou o presidente.

A União Soviética, afirmou, não quis a divisão da Alemanha e se pronunciou "pela manutenção de sua integridade em várias conferências com os aliados" ocidentais, mas "estes infelizmente tinham outra posição".

Schröder insistiu que a União Soviética "libertou a Alemanha da dominação nazista junto com os aliados ocidentais" e lembrou o sangue russa derramado naquela guerra.

Isto não exclui, segundo ele, o fato de que o dia da capitulação marcou para os alemães "o começo de expulsões, do drama dos refugiados e de uma nova inibição da liberdade", referência à República Democrática Alemã (RDA), criada na área que a URSS ocupou após a guerra.

Mas, acrescentou o chanceler, é um erro falar de "justo castigo" pelos crimes do Terceiro Reich quando se fala da divisão, embora esta tenha sido, em última instância, conseqüência "da política criminosa de Hitler".





Fonte: EFE

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