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Economia
Sexta - 29 de Abril de 2005 às 06:54
Por: Adriana Fernandes

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Brasília - A persistência de focos localizados de pressão na inflação e a deterioração do cenário externo fizeram com que o Comitê de Política Monetária (Copom) decidisse por unanimidade aumentar a taxa Selic para 19,50% ao ano. É o que afirma a ata da última reunião do Comitê, divulgada hoje pelo Banco Central.

Segundo o documento, o Comitê identificou a existência de fatores que aumentaram os riscos ao processo de convergência da inflação para a trajetória de meta. "Esses riscos estão associados à persistência de focos localizados de pressão na inflação corrente e a deterioração no cenário externo com os preços do petróleo em níveis elevados e a possibilidade de permanência de condições voláteis nos mercados internacionais de capitais".

Os membros do Comitê avisam que vão acompanhar "atentamente" a evolução do cenário "prospectivo" para a inflação até a sua próxima reunião em maio, para então definir os próximos passos na estratégia de política monetária implementada desde setembro de 2004, quando o Copom passou a elevar a taxa de juros.

O Comitê diz ainda que somente a perspectiva de manutenção da taxa de juros por um período suficientemente longo de tempo "no nível estabelecido em sua reunião de março" não proporcionaria condições adequadas para assegurar a convergência de inflação para a trajetória de metas devido aos riscos de curto prazo e à sua persistência nos últimos meses. Por isso, o Copom aumentou novamente a Selic em abril.

Inflação futura O Copom reitera que "orienta suas decisões de acordo com a inflação futura, analisando diversos cenários alternativos para a evolução das principais variáveis, que determinam a dinâmica dos preços", afirma o documento. Os membros do comitê advertem na ata que a manutenção de riscos elevados para a inflação de curto prazo tende a aumentar a incerteza em relação ao comportamento futuro da inflação, dificultando tanto a avaliação de cenários, quanto o processo de coordenação de expectativas doa agentes privados.

"Neste ambiente, uma maior incerteza determinada por fatores de risco, que em função de suas características poderão em alguma medida se reverter em breve, poderia afetar de forma mais duradoura, as expectativas de inflação", justifica o BC para a sua decisão de elevar pela oitava vez consecutiva a taxa Selic para 19,5% ao ano. Diante desse cenário, afirmam os integrantes do comitê na ata, cabe à política monetária manter-se "especialmente vigilante" para evitar que pressões detectadas em horizontes mais curtos se propaguem para horizontes mais longos.

O membros do Copom afirmam ainda que os efeitos do ciclo de aumentos consecutivos da taxa de juros já são sentidos nos resultados da inflação no primeiro trimestre desse ano e também nas projeções de inflação para horizontes mais longos. O documento afirma, no entanto, que as suas projeções para a inflação estão acima da meta de 5,1% para 2005 e também acima da meta de 4,5% para 2006. Essas projeções foram traçadas com base na manutenção da taxa de juros em 19,25% ao ano e da taxa de câmbio próxima ao patamar que vigorava na véspera da reunião do Copom de R$ 2,60.

Expansão da atividade está mais lenta Os diretores do Banco Central reconhecem na ata que a expansão da atividade econômica ocorre agora em ritmo menor, porém mais de acordo com as condições de oferta da economia brasileira. "A atividade econômica continua em expansão, mas a um ritmo menor e mais condizente com as condições de oferta, de modo a não resultar em pressões significativas sobre a inflação", afirmam os diretores do BC que integram o Copom.




Fonte: Agência Estado

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