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Politica Brasil
Segunda - 04 de Abril de 2005 às 18:37

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Oitenta e duas famílias de agricultores do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem-Terra (MST) foram expulsos a tiros do Engenho Cangaia, em Belém de Maria, a 160 quilômetros do Recife, às 2h de hoje, por pistoleiros que chegaram em três carros.

De acordo com a assessora de imprensa do MST, Rozana Maria, os pistoleiros chegaram atirando e depois tocaram fogo nas barracas dos acampados.

Não houve mortes, mas algumas pessoas ficaram levemente feridas. Os integrantes do MST ocuparam o engenho Cangaia ontem à noite, por volta das 19h.

Neste final de semana, foi dado início à Jornada de Lutas de Abril do MST. Até o momento, já foram realizadas dez ocupações em latifúndios com o objetivo, segundo o MST, de pressionar o governo federal a cumprir as metas de seu Plano Nacional de Reforma Agrária (PNRA).

As ocupações ocorreram da Zona da Mata ao Sertão pernambucano e foram realizadas nas seguintes propriedades: Engenho Ponta de Pau (600 hectares, 100 famílias), em Amaraji; Fazenda Santo Antonio (650 ha, 30 famílias), em Altinho; Fazenda Correntes (500 ha, 70 famílias), em Quipapá; Engenho Bom Dia (900 ha, 75 famílias), em Moreno; Fazenda Catalunha II (1,2 mil ha, 900 famílias), em Santa Maria da Boa Vista; Engenho Campo Frio (1,2 mil hectares, 80 famílias), em Água Preta; e Fazenda Lagoa (2,6 mil famílias), em Manari; Fazenda dos Bairros (100 famílias), em Feira Nova; e Fazenda Tanquinho, em Santa Cruz do Capibaribe.

De acordo com o Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra), a meta é assentar 8,8 mil famílias em Pernambuco. Até o momento, foram assentadas apenas 100 famílias.

A assessoria de Comunicação do órgão alegou que a partir do mês de maio é que ocorre o maior volume de assentamentos, por causa da tramitação dos processos que estão na Justiça. Em 2004, o governo tinha como meta assentar 6,6 mil famílias, porém somente 746 famílias foram assentadas, ou seja, 12% do prometido.

Desde 1996, o MST organiza sua Jornada de Lutas em Abril para lembrar a chacina de Eldorado de Carajás, no Pará, na qual 19 integrantes do Movimento foram assassinados.

Neste sentido, no próximo período, o MST pretende intensificar sua luta para que o governo Lula cumpra sua meta de assentar 400 mil famílias até 2007 e pela mudança imediata da atual política econômica, que contingencia os investimentos sociais da saúde, educação e reforma agrária. A Jornada homenageará também a missionária da Comissão Pastoral da Terra, Dorothy Stang, assassinada no Pará em fevereiro.

Além de ocupações de latifúndios em todo o Brasil, o movimento prepara uma marcha à Brasília com mais de 10 mil camponeses. A marcha sairá de Goiânia (GO), em 18 de abril, e deverá chegar à Capital Federal no dia 2 de maio.




Fonte: Agencia Nordeste

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