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Tecnologia
Terça - 15 de Março de 2005 às 08:14

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O militante suicida prende um cinto de cartuchos de metralhadora na cintura e fecha sua jaqueta para escondê-lo. Conforme ele se movimenta diante de um painel branco semicircular, um monitor exibe as balas claramente contra seu corpo. Esta é uma demonstração de um aparelho de escaneamento capaz de ver através das roupas das pessoas não apenas metal, mas também outras ameaças potenciais como facas de cerâmica ou mesmo drogas. O dispositivo foi desenvolvido pela companhia de tecnologia britânica QinetiQ.

A tecnologia eletromagnética, conhecida como Millimeter Wave (MMW), "onda milimétrica", é apenas um dos aspectos da potencial revolução nos métodos de triagem que está sendo desenvolvido pela QinetiQ, ex-integrante do braço de pesquisa do Ministério da Defesa britânico.

"Atualmente, detectar um suicida com bomba no saguão de um aeroporto não é algo muito bom de acontecer", disse Simon Stringer, diretor da divisão de segurança da QinetiQ. "Mas é melhor do que vê-lo detonar a bomba na sala de embarque ou talvez no avião."

É por isso, segundo ele, que a tendência para o futuro é levar os equipamentos de identificação para fora do prédio dos terminais aeroportuários e usá-los para checar pessoas à distância. A vantagem é óbvia: identificar atacantes potenciais sem que eles percebam e ganhar preciosos segundos para que as forças de segurança impeçam um ataque.

Está suando muito?

Outro dispositivo pronto para viajantes é o hyperspectral sensing, que analisa compostos químicos chamados feromônios, secretados pelo corpo humano, que podem indicar estados de agitação ou estresse.

"Pessoas sob estresse tendem a ter feromônios um pouco diferentes e você pode usar isso... Existem técnicas de rastreamento com as quais estamos trabalhando", disse Stringer. O estresse pode ser gerado por causas inocentes como medo de voar, mas pode trair a pessoa, denunciando-a como um potencial atacante. O objetivo é alertar equipes de segurança de que algo incomum precisa de investigação adicional.

Como a MMW, a tecnologia pode funcionar à distância e não precisa que as pessoas fiquem em uma fila para serem verificadas.



Movimentos suspeitos

E conforme um passageiro caminha pelo terminal, o próximo nível de vigilância pode ser desempenhado por um "software cognitivo" que monitora seus movimentos e dispara um alarme silencioso se detectar um padrão de comportamento incomum.

"Alguém que entre e saia de um lugar três vezes ou que fica encostando em uma mesma pessoa pode ter algo que mereça ser investigado", afirmou Stringer em entrevista.

Apesar de muitas destas tecnologias ainda estarem sendo desenvolvidas, outras já foram criadas para clientes da QinetiQ, que teve lucro operacional de US$ 54 milhões nos seis meses encerrados em setembro do ano passado.

A onda milimétrica, por exemplo, tem sido testada em aeroportos e, em uma aplicação diferente, tem sido usada por autoridades de imigração do Reino Unido para detectar imigrantes ilegais no Eurotúnel.

Big Brother

Mas como as pessoas comuns vão reagir a uma tecnologia que vê por baixo de suas roupas, analisa seu suor e verifica se é suspeita a visita a lojas e banheiros de um aeroporto?

Stringer reconhece que alguns podem ver as tecnologias como a materialização do Grande Irmão, do livro 1984, de George Orwell. "Sempre vai haver questões sobre privacidade e elas não serão desmerecidas. Elas são importantes."

Mas ele afirma que tecnologias mais inteligentes vão tornar as verificações menos intrusivas do que as em uso atualmente, como ser verificado dos pés à cabeça por um detector de metais.

"Pessoalmente eu acho isso mais irritante que a idéia de alguém verificando conforme eu caminho", disse ele.





Fonte: Reuters

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