Conselho de Educação Indígena se reúne para debater políticas de educação para 2005

A Comissão de Educação Indígena se reúne hoje e amanhã, na Casa de Retiros Assunção, em Brasília, para discutir as políticas básicas do Ministério da Educação para os povos indígenas, além da produção de material didático e do acesso dos índios ao ensino superior.

A reunião é a primeira do ano e definirá os rumos da educação indígena em 2005. A informação foi dada pelo Coordenador Geral de Educação Escolar Indígena do Ministério da Educação, Cléber Gesteira, em entrevista ao programa Revista Brasil, da Rádio Nacional de Brasília AM.

A comissão é composta por 15 representantes de Organizações de Professores Indígenas, cinco deles da Região Norte, quatro do Nordeste, incluindo Minas Gerais e Espírito Santo, três do Centro-Oeste, dois da Região Sul e um do Conselho Nacional de Educação. "A função dessa comissão é exatamente orientar as políticas de educação escolar indígena para o MEC, orientar o MEC na condução dessas políticas, a partir do ponto de vista das comunidades.", explica Cléber.

De acordo com o último Censo Escolar, existem 150.282 estudantes indígenas no Brasil, matriculados em 2.322 escolas em todo o Brasil. As escolas indígenas funcionam em 165 municípios, espalhados por 24 estados. Deste universo, apenas 2 a 2,5 mil índios estão em cursos de nível superior, a maioria em faculdades particulares.

A Fundação Nacional do Índio (Funai) mantém um programa para o pagamento de mensalidades, que incentiva os índios a estudar em cursos que sejam mais úteis para as suas comunidades, como Direito e outros nas áreas de políticas públicas, saúde e gestão ambiental, territorial e de projetos.

"As escolas públicas seriam o ideal, porque os povos indígenas não participam do mercado de trabalho da mesma forma que os outros", afirma Cléber. Na opinião do coordenador, "o caminho ideal seria que as universidades públicas estivessem abertas a eles". Este assunto será um dos que serão debatidos na reunião de hoje.