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Saúde
Quarta - 23 de Fevereiro de 2005 às 10:21
Por: Jesiel Pinto

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O primeiro convênio celebrado entre a Secretaria de Estado de Saúde e o Conselho de Odontologia do Estado vai contribuir para resolver grande parte dos casos de câncer bucal ocorridos em Mato Grosso. O convênio, assinado pelo secretário de Estado de Saúde, Marcos Henrique Machado, e o presidente do conselho, José Armando Costa Jr, prevê a realização de campanhas de prevenção do câncer bucal no interior do Estado. A participação do Conselho de Odontologia é importante por causa da representação que o órgão possui com escritórios nas cidades do interior e odontólogos espalhados por todo o Estado.

Para o secretário Marcos Machado “esta é uma primeira grande parceria celebrada e vai contribuir ainda mais para o sucesso do Serviço Estadual de Atenção às doenças da boca e da face, instalado com a Portaria 195. A novidade é que o convênio prevê a instalação de uma unidade de prevenção do câncer bucal em cada município onde forem realizadas campanhas”. Essa unidade estará apta a realizar exames de biópsia e citologia (exame das células bucais).

O presidente do Conselho de Odontologia, José Armando Costa Jr, comentou que “o convênio é interessante para nós porque a função do conselho é participar em toda a abrangência da odontologia. Podemos ajudar a difundir as ações de prevenção do câncer de boca, o que cumpre função do conselho, enquanto o Estado entra com a logística, o pessoal e os recursos”.

O coordenador de Odontologia para Pacientes Especiais da Secretaria de Estado de Saúde, Fabiano Borges, explicou que, para chegar a esse ponto a coordenadoria que dirige passou por uma série de etapas. “A mais importante delas”, contou o coordenador, “foi a assinatura, pelo secretario de Estado de Saúde, da Portaria 195, de 29 de novembro de 2004. O documento criou, legalmente, o Ambulatório de Tratamento de Doenças da Boca e da Face na Coordenadoria de Odontologia para Pacientes Especiais (Ceope), que funciona no Centro Estadual de Referencia em Media e Alta Complexidade (Cermac) ao mesmo tempo normatizando o funcionamento do ambulatório”.

Desde a publicação da Portaria 195 a Ceope já capacitou, por meio da Escola de Saúde Pública, mais de 200 profissionais para identificar e tratar do câncer da boca e da face em sete cursos diferentes. Nesses cursos foram atendidos mais de 500 pacientes. O coordenador Fabiano Borges revelou estar preparando mais oficinas de capacitação, que deverão começar já no próximo mês de março.

COMO DESCOBRIR – Fabiano informou que o primeiro passo para o usuário do SUS descobrir se tem ou não ameaça de câncer bucal é um auto – exame. “O usuário precisa se colocar frente a um espelho, em sua casa, e examinar o interior de sua boca. Aftas que demoram mais de duas semanas para curar, feridas na boca, caroços e manchas acentuadas no interior são sintomas que devem levar a pessoa a procurar assistência odontológica”, explicou.

Como em todos os casos de alta complexidade a porta de entrada do sistema é a unidade básica de Saúde. Se verificar a ocorrência dos sinais no auto-exame o usuário deve procurar um odontólogo, no Posto de Saúde mais perto de sua casa. É de lá que ele será encaminhado à coordenadoria de tratamento, no Cermac, regulado pela Central de Regulação do SUS. “O sistema atual permite que o usuário tenha, agendada pelo seu médico da unidade básica de Saúde, uma consulta”, explicou Fabiano.

A Secretaria de Estado de Saúde está orientando as Secretarias Municipais de Saúde para que entrem em contato com a Central de Regulação do SUS, uma vez verificados os sinais descritos acima, para que possam ter seus usuários encaminhados à Coordenadoria de Odontologia para Pacientes Especiais. Quanto mais cedo for procurado o serviço de atenção às doenças da boca e da face mais fácil é a cura da doença. “O câncer bucal tem cura se for diagnosticado precocemente”, lembrou Fabiano Borges. “Quanto mais tarde forem procurados os cuidados odontológicos, mais perigoso ele fica”.

Durante o ano de 2004, desde de que a Portaria 195 foi assinada e começou a funcionar o tratamento para o câncer de boca, foram atendidos 105 pacientes que geraram a realização de mais de 500 procedimentos médicos, desde a consulta e passando pelas biópsias e as citologias. “Em alguns casos, devido à demora em procurar os cuidados médicos do Ceope, o paciente teve a sua língua amputada e perdeu o dom da fala”, revelou o coordenador.

A coordenadoria atendeu, no ano passado, pacientes de Cuiabá, Rosário Oeste, Alta Floresta, Cáceres, Araputanga, Rondonópolis, Várzea Grande, Poconé, Matupá, Diamantino, Nortelandia, Dom Aquino, Comodoro, Porto Estrela, Juína, Vilhena (Rondônia), Fátima do Sul (Mato Grosso do Sul), Barra do Garças, Tapurah, Poconé, Primavera do Leste e Colíder, funcionando como referencia para outros Estados além dos municípios de Mato Grosso.





Fonte: Assesoria/ses-mt

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