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Educação/Vestibular
Quarta - 22 de Dezembro de 2004 às 13:00
Por: Mara Carnevale

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Neste ano, a Seduc proporcionou para 15 entidades filantrópicas de municípios mato-grossenses, professores e gestores de 7 escolas especializadas de Cuiabá e Várzea Grande, o curso de Capacitação de Professores e Gestores na Educação Especial.

O curso, que foi ministrado pelo consultor da Secretaria de Educação Especial do Ministério da Educação (MEC) e diretor geral do Instituto Interdisciplinar de Brasília, Moacir Alves Carneiro, teve a proposta de redimensionar as ações das oficinas pedagógicas na preparação dos alunos com deficiências, para a inclusão deles no mercado de trabalho.

Para Marcino Benedito de Oliveira, líder da equipe de Educação Especial da Superintendência de Ensino e Currículo da Seduc, essas crianças necessitam de um atendimento mais eficaz para ocorrer a verdadeira inclusão social. Assim pensa também, a psicóloga Maria Lúcia Lovato Monteiro, do Centro de Habilitação Profissional Célia Rodrigues Duque, de Várzea Grande, que atende 230 alunos PNEEs, em sua maioria Deficientes Mentais (DM).

“Temos que fazer um trabalho com a sociedade e a família para a inclusão dessas crianças. Inseri-las em escolas regulares ajuda a mostrar que elas são capazes e que possuem condições de conviver tranqüilamente na sociedade”, disse ela.

Entre as crianças que estudam no Centro de Habilitação, está o aluno Aquino Fabiano Barbosa, 15 anos, que disse estar muito feliz no Centro e que aprende muito na instituição. “Aqui na escola eu aprendi a jogar xadrez, fazer café e pão”, contou esfuziante.

A história da aluna Rosely França Farias não é diferente. Ela estuda na Escola Especial Raio de Sol em Cuiabá, e sofre de microcefalia e hiperatividade. De acordo com sua mãe, Cacilda Alencastro, é visível a melhora no seu comportamento e na independência que adquiriu na escola que freqüenta há sete anos.

BRAILE - O Centro de Apoio Pedagógico ao Deficiente Visual (CAP), em parceria com a Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT) está ministrando um curso de musicografia em braile para professores da rede pública e alunos do curso de música da instituição. O curso, que tem o encerramento previsto para final de dezembro deste ano, está sendo ministrado por professores e mais quatro alunos de Educação Artística, com habilitação em música.

O CAP foi fundado em 2000, com um convênio com o Ministério da Educação (MEC), e hoje atende 82 alunos, com a produção de livro em braile até a assistência pedagógica. São 21 profissionais que assistem os alunos que vão para a entidade. Segundo a diretora da instituição, a professora Maria Auxiliadora de Moraes Avelino, o Centro já tem novos cursos na programação, como Educação Infantil, Processo de Aprendizagem do Deficiente Visual e postura.

Pensando na inclusão dos alunos portadores de deficiência visual, este ano a Seduc capacitou 70 professores de escolas estaduais e municipais de Sorriso, em escrita braile. “O próximo passo é expandir a formação dos professores para o restante do Estado”, disse Marcino, líder da equipe de Educação Especial.

PROGRAMA DE APOIO E SUPORTE - Com a finalidade de acompanhar e avaliar o aluno portador de necessidade especial, a Seduc enviou nesses dois anos, um psicólogo e um pedagogo para 9 pólos do Estado. É o programa de Apoio e Suporte a Inclusão que visa à expansão e a descentralização do atendimento à Educação Especial.

“Com este programa, a Secretaria deu um salto qualitativo e quantitativo no atendimento à criança portadora de necessidades especiais. É o ensino inclusivo, respeitando a diversidade, tanto dentro como fora do ambiente escolar”, disse a secretária, Ana Carla Muniz.

A Seduc em parceria com o MEC desenvolve o projeto Materiais Didáticos Pedagógicos. Foram distribuídos somente este ano, 200 Kits pedagógicos para 83 municípios, atendendo 942 alunos que estudam em escolas públicas que oferecem salas de recursos e classes especiais. Os kits são compostos de giz de cera, jogos, lápis de cor e outros materiais pedagógicos.

CLASSE HOSPITALAR – Em 2003, a Seduc firmou parceria com a Associação dos Amigos da Criança com Câncer (AACC), e em 2004 ampliou esta parceria com o Hospital Universitário Júlio Muller, implantando a Classe Hospitalar.

Marcino explica que este tipo de serviço é destinado aos alunos impossibilitados de freqüentar as aulas em razão de tratamento de saúde que implique internação hospitalar ou atendimento ambulatorial. “Esta parceria atende crianças de todo o Estado que enfrentam períodos longos de internação, evitando com isso a repetência e a evasão escolar”, disse ele.

Além de professora, Maria de Fátima Ramalho, é técnica em Enfermagem no Hospital Júlio Muller. Atualmente a professora atende em média, 22 crianças de dois meses a 14 anos. A classe hospitalar possui uma sala de aula, seis computadores, brinquedos pedagógicos e ar-condicionado.

Maria de Fátima explica que dá continuidade ao conteúdo da escola de origem do aluno e, quando as crianças estão no isolamento ou de repouso no leito, ela vai até eles. “Para essas crianças, conto histórias, leio livros literários, mas respeito sempre o estado de saúde delas”, explica.

Conforme a superintendente de Ensino e Currículo da Seduc, Zileide Lucinda dos Santos, este projeto é um desafio e vem ao encontro da política de inclusão do governo do Estado. “São alternativas como essas, além dos muros da escola, que devemos buscar”, disse ela. Para as mães das crianças internadas, este convênio vem para ajudar não só no desenvolvimento intelectual, mas na reabilitação das crianças internadas.

DENTRO DA LEI - Em conformidade com a Política Nacional de Educação Especial, publicada pelo Ministério da Educação (MEC) em 1994, a classe hospitalar é uma modalidade da Educação Especial que visa ao atendimento pedagógico de crianças e adolescentes que, devido às condições especiais de saúde, encontram-se hospitalizadas.

A Constituição Federal, a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional, as Resoluções do Conselho Nacional de Educação e dos Direitos da Criança e do Adolescente referendam este tipo de serviço, com a finalidade de expandir e descentralizar o atendimento especializado, bem como, avaliar e acompanhar os alunos com necessidades educacionais especiais na rede regular de ensino.




Fonte: Secom - MT

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