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Cidades/Geral
Domingo - 19 de Dezembro de 2004 às 14:58
Por: Lígia Tiemi Saito

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Ao optar pelo aborto, a maioria das mulheres pensa apenas nas seqüelas físicas. O medo de não poder engravidar novamente é, geralmente, o principal temor. Mas o ginecologista Gilberto Rodrigues Pinto destaca que o principal risco é o psicológico. "Sempre fica um dano, que marca muito a vida da mulher negativamente. Dificilmente ela vai esquecer e há muitos casos de transtornos mentais em pacientes pós-aborto", avisa o médico. Fisicamente, pode ocorrer desde uma simples infecção até a histerectomia (retirada do útero).

Segundo Gilberto, o aborto provocado pelo Citotec (remédio para fígado utilizado como abortivo) não evolui para infecção. Porém, se houver necessidade de curetagem, aumentam as chances de quadro infeccioso. "Outros riscos são perfuração uterina, aderência das paredes do útero e hemorragia", explica. No caso de pacientes pobres, que ainda utilizam métodos abortivos arcaicos (como introdução de talos de mamão e agulhas no colo uterino), o risco de histerectomia é maior. "Mas hoje em dia é raro", avalia.

Em apenas uma noite de plantão no hospital Santa Helena, na última quarta-feira (15), Gilberto atendeu, pelo Sistema Único de Saúde (SUS), quatro mulheres com abortamento. "Pelo menos duas delas haviam provocado". Os sinais do uso do Citotec são claros: cólicas muito fortes, dores violentas e rápidas. O médico explica também que o risco de danos físicos é proporcional à idade gestacional. "Quanto mais espera, o risco de rompimento uterino aumenta".

Alana*, 25, não esperou nem um mês para interromper a gravidez. Comprou o remédio em uma farmácia, no Porto, e abortou. Não contou ao pai. Decidiu só.

* Nome fictício




Fonte: A Gazeta

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