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Saúde
Sábado - 18 de Dezembro de 2004 às 07:27

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Depois do botox, dos implantes de silicones no seio e das lipoaspirações, chegou a cirurgia vaginal, uma operação até pouco tempo atrás reservada a algumas estrelas do cinema pornô e que está se tornando a última moda cirúrgica nos Estados Unidos. Um número cada vez maior de americanas se submete ao "rejuvenescimento vaginal", como a operação é anunciada nas revistas.

As intervenções cirúrgicas são feitas para esticar os músculos da vagina (vaginoplastia) ou reduzir os grandes lábios (labioplastia). Freqüentemente, as operações são realizadas à revelia dos médicos, que não vêem necessidade de medidas tão drásticas. Tradicionalmente, só algumas atrizes pornô, prostitutas ou mulheres com problemas como incontinência, deformações congênitas e lesões derivadas do parto recorriam à cirurgia vaginal.

Entretanto, segundo Leroy Young, presidente da Sociedade Americana de Cirurgiões Plásticos, há cada vez mais interesse. Sociedade ainda não tem estatísticas sobre o número de médicos e pacientes que realizaram operações deste tipo, mas ressalta que, graças a campanhas publicitárias de amplo alcance, as clínicas que realizam estas cirurgias conseguiram clientes entre mulheres de todas as idades.

Uma busca no Google com o termo "rejuvenescimento vaginal" apresenta centenas de resultados. E se ainda houvesse dúvidas com relação ao interesse, um artigo recente no New York Times sobre o tema tornou-se a notícia mais enviada por e-mail de todo o jornal. A operação custa entre US$ 3,5 mil e US$ 8 mil dólares, dura menos de duas horas e não exige hospitalização - o que não significa que não dê problemas.

Uma dos maiores críticas é Laura Berman, diretora da clínica Berman Center, em Chicago. Ela diz que os problemas posteriores são freqüentes porque, diferente de outras operações de cirurgia plástica, como os retoques no nariz ou lipoaspirações, esta modalidade pode prejudicar os órgãos. "Cada vez que você se submete a uma cirurgia relacionada com qualquer tipo de intervenção nos órgãos genitais, você acaba arranjando problema no que se refere ao funcionamento sexual", diz Laura Berman. A sexóloga recomenda que as pacientes tomem medidas muito menos extremas, como exercícios para fortalecer a superfície pélvica.

Leroy Young, por sua vez, diz que tenta desencorajar a maioria das pacientes sobre algo que em boa parte dos casos é desnecessário. Até a indústria pornográfica alega que não há uma definição padronizada de beleza para os órgãos genitais e que, em qualquer caso, os homens têm fantasias sobre a mulher inteira e não sobre essa parte específica do corpo feminino.

Mas a publicidade em torno destes procedimentos, junto com a moda dos biquinis minúsculos e a maior difusão de material pornográfico entre o público feminino, parece explicar esta tendência. Além disso, há outros motivos que levam cada vez mais americanas a fazer cirurgia plástica em geral, entre eles o sucesso das séries de televisão que transformam seus participantes milagrosamente, como Extreme Makeover ou The Swan. As estatísticas da Associação Americana de Cirurgia Plástica indicam que este é um momento sem precedentes: o número de jovens que optaram por operações para aumentar o tamanho dos seios triplicou entre 2002 e 2003. Quanto à cirurgia estética em geral, o crescimento foi assombroso: em 2003 foram realizadas 870.000 operações nos EUA, um aumento de 2,7% em relação ao ano anterior, segundo a mesma fonte. Estes procedimentos incluem aumento dos seios, dos glúteos, lipoaspirações, lifting e, agora, "rejuvenescimento vaginal".




Fonte: Agência EFE

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