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Saúde
Domingo - 24 de Outubro de 2004 às 17:30

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A homeopatia pode ser uma arma bastante eficaz na atenção a várias doenças, como tratamento complementar ou exclusivo. Esse ramo da Medicina já está presente no Sistema Único de Saúde (SUS) em 20 estados. São realizadas cerca de 300 mil consultas por ano no SUS e o Ministério da Saúde quer lançar ainda em 2004 a Política Nacional de Medicina Natural e Práticas Complementares. O objetivo é estimular o trabalho com a homeopatia no SUS.

De 01 a 06 de novembro, acontece em Brasília o 27º Congresso Brasileiro de Homeopatia. O evento terá como tema Homeopatia: a Medicina do Sujeito e o Desafio Institucional. O Ministério da Saúde estará representado na abertura e em uma mesa redonda onde serão debatidas perspectivas da incorporação e desenvolvimento da homeopatia no SUS.

Em 2003, o ministério instituiu um grupo de trabalho para construir uma política que definisse diretrizes para incorporar adequadamente ao SUS a homeopatia, a fitoterapia e a acupuntura. Outro objetivo da política é traçar estratégias de observação e avaliação de experiências municipais no campo da Medicina antroposófica (ampliação da Medicina acadêmica baseada nos métodos das ciências naturais, que permitem penetrar em todos os detalhes da natureza física ou corporal do organismo humano). O governo também quer, ainda este ano, compactuar as diretrizes na comissão tripartite (ministério, estados e municípios).

No Brasil, a homeopatia é reconhecida como uma especialidade da Medicina desde o início dos anos 80. Para se tornar um homeopata, é preciso cursar Medicina e depois fazer três anos de especialização ou residência.

A Medicina homeopática tem como fundamento a chamada Lei dos Semelhantes. Essa lei estabelece que uma substância capaz de provocar determinados sintomas em pessoas sadias consegue curar esses mesmos sintomas em um doente. Essa lei foi enunciada pelo pai da Medicina, o grego Hipócrates, no século IV aC. Porém foi o médico alemão Samuel Hahnemann que, no século 18, sistematizou os princípios filosóficos e doutrinários da homeopatia e realizou experimentos baseando-se na Lei dos Semelhantes com várias substâncias. As experiências de Hahnemann serviram como fundamento para a homeopatia.

Existem no mercado mais de dois mil medicamentos homeopáticos. Eles são produzidos a partir de substâncias puras derivadas dos reinos animal, vegetal e mineral. Em geral, os medicamentos homeopáticos são comercializados na forma de glóbulos, tabletes, líquidos e pós.

Um dos grandes trunfos da homeopatia, conforme seus defensores, está no atendimento individualizado que o paciente recebe. Por essa perspectiva, o médico homeopata considera cada pessoa como um ser único, com uma forma própria de adoecer e que exige um tratamento peculiar. “A homeopatia permite uma visão do paciente como um todo”, afirma a assessora técnica e coordenadora do Subgrupo de Trabalho da Homeopatia do Ministério da Saúde, Tatiana Lotfi.

Na visão do homeopata, sua especialidade é eficaz não apenas pelo potencial dos medicamentos, mas por enfocar aspectos globais no atendimento. “A homeopatia valoriza a escuta acolhedora e as dimensões físicas, psicológicas, sociais e culturais do paciente. Isso tem a ver com a integralidade, um dos princípios do SUS”, observa Tatiana Lotfi. Vale destacar que o atendimento acolhedor é uma das premissas da Política Nacional de Humanização do SUS – a HumanizaSUS.

A homeopatia tem ação eficaz no tratamento de várias doenças, como problemas respiratórios, alergias, diabetes, hipertensão e até depressão. Pode ser usada como tratamento complementar ou integralmente para resolver um problema de saúde. “A homeopatia ajuda a melhorar a resistência do paciente. Se ele sofre de uma bronquite ou de uma alergia, a homeopatia fortalece seu estado de saúde e faz com que ele tenha menos crises, que precise menos de medicamentos e de recorrer às emergências e às internações”, exemplifica Tatiana Lotfi.




Fonte: Diário de Cuiabá

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