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Educação/Vestibular
Segunda - 18 de Outubro de 2004 às 18:17

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“É preciso expandir as universidades públicas", afirma Dilvo Ristoff, diretor de Estatísticas da Educação Básica do Ministério da Educação, em entrevista hoje à Rádio Nacional Brasília AM. Para Ristoff, o programa Universidade para Todos (Prouni) é uma "tentativa" do governo de ampliar o acesso ao ensino superior. O diretor considera o programa, entretanto, insuficiente. Para democratizar o acesso à universidade, Ristoff defende a expansão do ensino noturno nas instituições públicas. “Nós poderíamos expandir em 90 mil vagas noturnas nas estaduais e federais juntas. O que significaria contribuir para aumentar as vagas como um todo. Para isso, nós precisamos do esforço de todos: do setor privado, da expansão das universidades públicas e das universidades comunitárias”, conclui.

Dados do Censo da Educação Superior de 2003 indicam que apenas 9% da população brasileira, entre 18 e 24 anos, curso o ensino superior. "É um dos índices mais baixos do mundo”, afirma o diretor. “Nós temos muita gente que chega com defasagem na educação superior. Só 60% dos 3,8 milhões de alunos matriculados estão na faixa etária que nós consideramos adequada, ou seja, que é usada nas comparações internacionais.”

Segundo Ristoff, o Brasil tem um dos sistemas de educação mais privatizados do mundo: 88,9% das instituições de ensino brasileiras são privadas. “Nosso investimento público, historicamente, tem sido baixo na educação. E se torna importante porque com a democratização da educação fundamental teremos mais gente pobre ingressando nesses níveis educacionais. Nós vamos precisar não só da criação de vagas, mas vamos precisar também de outras coisas mais como bolsas trabalho, bolsas de monitoria, bolsas de pesquisas. Enfim um conjunto de mecanismos que permita que os estudantes permaneçam no campus”.

Ristoff lembra ainda que o Plano Nacional de Educação prevê que o país deve chegar ao final da década com 30% dos jovens matriculados no ensino superior. "Isso é meta de Estado. Foi aprovado no governo anterior e adotado pelo governo Lula. Ou a capacidade de crescimento do setor privado se mantêm, e a isso nós acrescentamos um significativo investimento do setor público nos próximos anos, - investimento que estava previsto no Plano Nacional mas que foi vetado, que era a ampliação do PIB até 7% gradualmente - ou nós não vamos conseguir atingir a meta do Plano Nacional de Educação, o que seria muito ruim para o país."




Fonte: Agência Brasil

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