Tailândia faz campanha para combater gripe aviária

O primeiro-ministro da Tailândia, Thaksin Shinawatra, decretou na quarta-feira a realização de uma campanha para erradicar o vírus da gripe aviária até o final de outubro. A medida foi divulgada um dia depois de o país ter anunciado o primeiro caso provável de transmissão da doença entre seres humanos.

Apesar de não haver indícios de que o caso possa provocar uma pandemia nos seres humanos, o fato levou o governo a adotar novas medidas de combate ao vírus H5N1, que matou 20 pessoas no Vietnã e dez pessoas na Tailândia neste ano.

"Até 31 de outubro, precisamos ser capazes de declarar que não há mais nenhum caso de gripe aviária na Tailândia", afirmou o premiê a governadores de províncias convocados para um encontro de emergência.

"Ela deve ser fisicamente erradicada" até lá, quando a quente e húmida temporada de monções deve ceder lugar para o tempo mais frio que atrai pássaros migratórios que podem espalhar o vírus.

O premiê mandou os governadores realizarem um censo sobre as galinhas existentes em todos os lares do país. Também disse que eles devem pressupor que toda ave morta tenha sido vitimada pela gripe aviária e sacrificar animais das áreas onde o vírus H5N1 foi encontrado.

Thaksin, um ex-empresário do setor de telecomunicações, disse que os ministros responsáveis por combater a doença seriam demitidos se a campanha de erradicação fracassasse.

Mas o vice-primeiro-ministro do país, Chaturon Chaisang, afirmou que a Tailândia, um importante exportador de frango antes do surgimento da gripe aviária, teria de travar uma longa batalha antes de se livrar definitivamente do vírus.

"Estamos falando em um prazo de ao menos três a cinco anos", disse. "Não há cercas nas fronteiras dos países asiáticos para impedir a chegada das aves migratórias".

"Enquanto a doença persistir na China, no Vietnã e na Malásia, a Tailândia não será capaz de se livrar da gripe aviária, e vice-versa", acrescentou.

Os novos planos foram criados após o caso de uma menina de 11 anos que, segundo o jornal Nation, morreu nos braços da mãe tossindo sangue. A mãe dela perdeu a vida dias depois. Autoridades dizem que a filha pode ter contaminado a mãe, no primeiro caso comprovado de transmissão entre pessoas da doença.