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Saúde
Sexta - 17 de Setembro de 2004 às 16:46
Por: JESIEL PINTO

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Uma das primeiras áreas a receber os benefícios da política estadual de interiorização de saúde foi a da hemoterapia. Logo após a normatização jurídica do MT Hemocentro pela Assembléia Legislativa, a Secretaria de Estado de Saúde empreendeu a criação e instalação de 16 Unidades de Coleta e Transfusão (UCTs) e 31 Agencias Transfusionais (ATs), espalhadas por todo o interior do Estado, formando uma verdadeira hemorrede.

A responsável pela Captação de Doadores do MT Hemocentro, Rosangela Bufulin de Almeida, disse que a criação da hemorrede foi um ato muito inteligente por parte do secretário Marcos Machado. "Se você observar bem vai ver que as UCTS e as ATs estão dispostas geograficamente de um jeito que umas podem socorrer as outras em caso de necessidade. Elas interagem", afirmou ela.

Isso é possível porque as unidades fazem a coleta e a transfusão sanguínea, enquanto as agências só fazem a transfusão. "Quando a agência precisa de determinado volume de sangue ela sempre poderá contar com uma unidade de coleta próxima o suficiente para conseguir o sangue que precisa", ressaltou a técnica.

O não entendimento da responsabilidade de cada parte da hemorrede pode acabar causando problemas no fluxo dos procedimentos, na opinião de Rosangela de Almeida. Ela apontou alguns gargalos que podem ser administrados com êxito se os problemas foram antecipados. "Existem duas áreas que requerem cuidados redobrados: o estoque de sangue e a captação de sangue especial, do tipo RH Negativo", mencionou.

Rosangela Almeida ressaltou que o estoque de sangue não é um problema de Mato Grosso. "No mundo inteiro os bancos de sangue enfrentam o mesmo problema: estoque baixo de sangue para as emergências". E essa realidade piora no caso do sangue de tipo especial. Em todo o país, 9% da população é de sangue RH Negativo. "Em Mato Grosso", contou Rosangela, "esse percentual é de 6%".

A técnica do MT Hemocentro tem a solução para o problema de estoques baixos. "O segredo é sair da cadeira, ir para as ruas", ela propôs. Rosangela de Almeida citou a UCT de Tangará da Serra como um exemplo nesse campo. Ela contou que a responsável pela unidade conseguiu parcerias que lhe dão brindes que ela distribui quando vai pedir cooperação. "Como temos aqui as campanhas ela também faz as dela. Vai para as rádios, visita empresários, pede ajuda e participação de todo mundo", comentou. O resultado dessa postura é que a unidade de Tangará da Serra sempre tem um estoque bom de sangue.

Ela disse que isso pode ser seguido com êxito tanto na Capital quanto no interior. "Mas no interior a vantagem é muito maior. Lá todo mundo conhece todo mundo e fica fácil estabelecer uma rede de colaboradores", indicou.

Resolver o problema de estoques baixos, na opinião de Rosangela Almeida, é uma questão de mudança de mentalidade. Ela comentou que, antes do MT Hemocentro, o costume era de recorrer a Cuiabá para toda reposição de estoque que o Interior precisava. Agora, as UCT e as ATs é que têm de criar e administrar seu próprio estoque. E essa mudança de pensamento e de atitude nem sempre é seguida por todos".

Por isso, a Escola de Saúde Pública (ESP) tem ministrado o Curso de Hemoterapia Básica. O primeiro módulo aconteceu no mês de agosto. Nos dias 27 a 30 de setembro, na ESP, acontece o segundo módulo do curso. Os freqüentadores do curso ouvirão sobre captação de doadores, o que é a hemorrede, responsabilidades do setor, doenças do sangue, distribuição e armazenamento, sair do local, coleta externa e outros temas.




Fonte: Assessoria/Ses-MT

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