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Saúde
Quinta - 02 de Setembro de 2004 às 12:41

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Winston Churchill tinha. Pablo Picasso também. Albert Einstein? Não escapou. A dislexia, um distúrbio de leitura e escrita, atingia esses luminares independentemente da língua que eles falavam - inglês, espanhol e alemão, respectivamente.

Até hoje se acreditava que a origem biológica da dislexia não tinha relação com a diversidade cultural. Mas um estudo publicado agora na revista científica inglesa Nature mostra que não é bem assim.

"A descoberta permite uma nova compreensão sobre a dislexia ao sugerir que a deficiência na leitura não tem uma origem biológica universal, mas depende da cultura", afirma Li Hai Tan, um dos autores do artigo.

Áreas do cérebro

Pesquisadores do Instituto Nacional de Saúde Mental dos Estados Unidos, da Universidade de Hong Kong e da Universidade de Pittsburgh mostraram que as áreas do cérebro ativadas em crianças chinesas disléxicas, que lêem ideogramas, é diferente daquelas ativadas em crianças ocidentais, que lêem letras.

A maioria dos estudos feitos com crianças disléxicas ocidentais mostrou problemas na região temporoparietal esquerda. Nas crianças chinesas, entretanto, a região afetada foi a giro frontal medial esquerda.

"Os resultados sugerem que há uma diferença neurológica importante em relação a problemas de leitura em inglês e chinês", afirmam os cientistas.

Diferenças anatômicas

A descoberta comprova também a idéia de que "diferenças anatômicas no cérebro podem ser produzidas pela cultura, como sugerido pela análise morfológica da anatomia do cérebro que mostrou que a área giro frontal medial esquerda é anatomicamente maior em asiáticos que falam chinês do que em caucasianos que falam inglês", segundo os pesquisadores.

Há quase um ano cientistas finlandeses e suecos encontraram o primeiro gene que pode estar ligado à dislexia, um distúrbio hereditário com alterações genéticas.




Fonte: Estadão

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