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Saúde
Terça - 31 de Agosto de 2004 às 14:22

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O cientista Panos Zavos, que mora nos Estados Unidos, disse em entrevista coletiva em Londres, nesta terça-feira, que criou um embrião clonado utilizando tecido de pessoas mortas.

Zavos disse que teve êxito ao combinar o material genético de três pessoas mortas com óvulos bovinos para obter embriões que eram uma cópia idêntica dos mortos.

Mas especialistas da Royal Society - uma respeitada academia britânica para promover o alto padrão das pesquisas científicas - disseram que "faltam provas" do que Zavos disse ter conseguido.

Zavos foi acusado ainda de explorar a vulnerabilidade de pessoas que perderam entes queridos.

O cientista fracassou em suas tentativas de clonar um ser humano em janeiro.

Sangue

Zavos disse que pegou DNA de amostras de sangue de uma menina de 11 anos que morrera três dias antes em um acidente de carro.

Os outros corpos de quem o cientista diz ter retirado tecidos, incluem um menino de 18 meses que morrera depois de uma cirurgia e um homem de 33 anos.

Duas das três experiências foram bem sucedidas, criando embriões que Zavos disse que seriam "potencialmente viáveis" se implantados em um útero humano para se desenvolver.

Zavos disse que ainda não deu esse passo, interrompendo o desenvolvimento dos embriões em seu estágio inicial, quando as células começaram a se dividir e multiplicar rapidamente.

Mas ele disse que seu trabalho é um grande passo adiante, mostrando que este pode ser o caminho para clonar seres humanos no futuro.

Segundo Zavos, estudos semelhantes foram relaizados com sucesso em animais mortos utilizando tecidos com bons resultados.

O cientista afirmou que os filhotes de animais não tinham nenhuma das deformações registradas em métodos de clonagem diferentes.

Ceticismo

Outros cientistas condenaram as ações de Zavos.

Richard Gardner, presidente do grupo de trabalho sobre células-tronco e clonagem da Royal Society, afirmou: "O trabalho utilizando material genético humano e óvulos bovinos que Zavos diz ter realizado não seria permitido pelas leis britânicas e é tanto questionável cientificamente quanto inaceitável em termos éticos."

"É escancaradamente enganoso sugerir que você pode reproduzir um ente querido, tal como uma criança morta em um acidente de carro, produzindo uma pessoa clonada com o mesmo material genético."




Fonte: BBC Brasil

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