Para OMS, crianças de 12 anos devem ter menos de três dentes cariados

Brasília - Na 3ª Conferência Nacional de Saúde Bucal, que se realiza em Brasília até domingo (1º/8), serão discutidas as metas internacionais estabelecidas pela Organização Mundial de Saúde: porcentagem de crianças de 5 anos que nunca tiveram cáries; porcentagem de adolescentes com 18 anos com todos dos dentes na boca; porcentagem de adultos na faixa etária de 35 a 44 anos com 20 ou mais dentes na boca; porcentagem de idosos na faixa etária de 65 e 74 anos também com 20 ou mais dentes; e, por último, a incidência de cáries em crianças na idade de 12 anos. Enquanto a OMS define que as crianças de 12 anos precisam ter menos de 3 dentes cariados, o Brasil possui a média de 2,8.

O Brasil tem oito milhões de desdentados. Outros 30 milhões nunca foram ao dentista e cerca de 40% da população não têm acesso regular a escova e creme dental. Entre as estratégias do Ministério da Saúde para melhorar o acesso da população aos serviços de saúde bucal foi o fortalecimento do setor na atenção básica. Nos últimos 18 meses, o número de equipes de saúde bucal implantadas no Programa Saúde da Família (PSF) cresceu quase 84%. Em dezembro de 2002, eram 4.320 em todo o país. No mês passado, elas já chegavam a 7.831. Em um ano e meio, a população acompanhada pelas equipes passou de 26,53 milhões para 42,10 milhões de brasileiros.

O presidente da Federação Interestadual de Odontologistas, José Carrijo Brom, ressaltou a importância da participação da sociedade nas políticas de saúde porque assegura que as metas a serem cumpridas estejam em sintonia com as reais carências da população. “Com certeza daqui tiraremos grandes propostas que vêm no sentido de melhorar ainda mais a proposta que está colocada pelo Governo Federal”, afirmou. “Essa iniciativa vai trazer um salto de qualidade para a odontologia pública e resgatar a dignidade da população”, completou.

Já Volnei Garrafa, presidente Sociedade Brasileira de Bioética, lembrou que o Brasil avançou muito na política de saúde Bucal desde que foi realizada a 1º Conferência Nacional de Saúde Bucal, em 1986. Ele presidiu a conferência na época e disse que o próprio governo se opôs à conferência no início, tendo passado a apoiar a iniciativa ao final dos trabalhos daquela conferência. “Quando o governo brasileiro coloca a saúde bucal como uma das suas prioridades, é um coroamento daquele trabalho de 18 anos atrás, época em que a gente estava começando a plantar as primeiras sementes, ainda de uma forma heróica”, lembra.