Seminário em escola rural aborda DST/AIDS e drogas

Discutir as DTS/HIV/Aids, aborto, gravidez na adolescência e drogas foram os objetivos do I Seminário DST/Aids realizado no dia 30 de junho, pela Escola Municipal Maria Euzébia Ferreira, da Agrovila Bojuí, distante 30 km de Diamantino, a qual reuniu estudantes deste estabelecimento e os alunos da Escola Estadual Nilce Maria de Magalhães.

Falando francamente e com os próprios colegas ensinando o uso dos preservativos, os jovens que estavam na platéia acompanharam atentos às discussões e participaram ativamente.

O estudante da 7ª série da Escola do Bojuí, Denni Germano, 15 anos, estava na primeira fila e conta que aprendeu muito. “Agora sei da importância de se prevenir nas relações sexuais. O casal deve tomar o máximo cuidado, se um dos dois recusarem a se cuidar, é melhor então não transar”, ensina.

Até mesmo as crianças das séries iniciais participaram do seminário, porém, apresentando temas mais “leves”, como a dengue, primeiros socorros e doenças respiratórias.

“O seminário faz parte do plano pedagógico da escola. É uma interação entre saúde e escola. No projeto, todos os alunos participam e cada série trabalha um tema”, explica a coordenadora pedagógica da Escola Maria Euzébia, Domingas Barbosa de Oliveira Cunha.

O grupo da 7ª série que abordou a gravidez na adolescência aproveitou para também falar sobre o aborto. “Aqui na comunidade, há muitas meninas que são mães com 12 e 14 anos, tudo porque não se cuidou”, alertava o grupo.

Em seguida, foi encenada uma peça pelos alunos da comunidade, na qual uma garota fica grávida do namorado, que a abandona. Ela conta para os pais, é expulsa de casa e vai morar de favor. Realidade essa, vivida por milhões de adolescentes no Brasil. Contudo, pelo menos na peça, há um final feliz, com o perdão familiar.

O grupo de teatro Vida, formado por agentes de saúde comunitários de todos os Posto de Saúde da Família (PSF) de Diamantino, encenaram a peça sobre drogas. Nela, um rapaz rouba a mãe para pagar a dívida adquirida para sustentar o vício. No final ele morre baleado e entrega à mãe pelo segurança do traficante. Mesmo se divertindo com a atuação, a peça levou os jovens da escola à reflexão.

Para o aluno da 8ª série Weder Novato Silva, 16 anos, o I Seminário foi importante. “Eu tinha poucas informações sobre Aids, DST e drogas, mas hoje pude saber mais e conversar abertamente sobre isso”, comenta o estudante.

Grupo Vida

O grupo de teatro Vida foi formado em 2003 pelos agentes de saúde comunitário para levar informações sobre drogas, Aids, DST´S, dengue, entre outras doenças, para as escolas. “Nas regiões mais carentes, percebemos que as pessoas tinham poucas informações. Esse é um trabalho de educação e saúde”, diz um dos integrantes do Vida, Deusdeth Costa.

Além dele integram o grupo Júlio Antônio da Silva, Selma Siqueira, Emanoella Castoldi, Jefferson Fonseca, Marcileide Félix, Heloísa Santana e Edemilton Almeida. A direção é e Osvaldino Gomes (Lobão).