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Meio Ambiente
Quarta - 30 de Junho de 2004 às 14:55

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Até o dia 14 de julho, véspera do início da proibição das queimadas em Mato Grosso, a expectativa do próprio órgão do Ibama (Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Renováveis) que combate as queimadas é que os focos devam crescer mais ainda. É que os fazendeiros que possuem autorização vão intensificar as queimadas. Até anteontem, 28, dados do satélite NOAA-12 indicavam que desde o início do ano já haviam sido detectados no Estado 13.463 focos, número superior aos 11.009 detectados no mesmo período do ano passado. Nos 28 dias deste mês, foram 9.558, contra 7.794 verificados em junho do ano passado. Nos dois casos, o aumento foi de 22%.

Para o coordenador regional do Prevfogo/Ibama, Romildo Gonçalves, ao se analisar os números deve-se levar em conta alguns fatores, entre os quais a evolução da economia, abertura de fronteiras agrícolas, a liberação de créditos. Segundo Gonçalves, o fogo é autorizado em qualquer parte do mundo, a grande questão é que a utilização irracional do fogo e que ocorre desnecessariamente em 65% das casos. “O grande problema são os incêndios nas florestas” afirma.

Para diminuir os focos, que ocorrem também nas zonas urbanas, responsáveis por 15% a 20% de todos os registros, o caminho é a educação ambiental. “Nas cidades, muitos poderiam ser evitados se os terrenos baldios estivessem limpos, sem matagal. E de acordo com a legislação, cabe às prefeituras a fiscalização e a autuação dos proprietários que deixam crescer o mato nos lotes”, diz Gonçalves. E o Ibama, em parceria com a Fema (Fundação Estadual do Meio Ambiente), Corpo de Bombeiros e outras entidades que fazem parte do Comitê, tem trabalhado nesse sentido. “Seguimos três linhas de ação: a educação ambiental, fiscalização e o monitoramento por satélite”, diz Gonçalves.

Quando estiver em vigor a proibição, a expectativa é que diminua mais o número de focos em comparação aos períodos anteriores. De acordo Gonçalves, de 2002 para 2003 Mato Grosso conseguiu uma redução de 5,3%. Percentual que caiu para 35,2% apenas no período de proibição da queima. “Isso mostra que o produtor rural tem atendido aos apelos do Ibama e da Fema, seguindo as orientações”, diz o coordenador do Prevfogo.

No período em que estiver vigorando a portaria assinada pelo Ibama e Fema, entre 15 de julho e 15 de setembro, estarão em ação 80 fiscais do Ibama, outro tanto da Fema, mais 1.380 brigadistas que passaram por um curso de capacitação de 45 horas (incluindo o treinamento de índios que atuarão nas reservas), com o apoio de helicópteros, 20 veículos e 12 barcos, além do satélite. Segundo a portaria, no período da proibição só está autorizado a queima dos canaviais no período das 18h às 6h (trafegabilidade mais baixa) e também nos casos de controle fito-sanitário, como no caso do algodão atacado pelo bicudo, situação em que o fogo é utilizado para acabar com a praga.




Fonte: Diário de Cuiabá

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