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Nacional
Sábado - 12 de Junho de 2004 às 08:43
Por: Tânia Monteiro/Gilse Mendes

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Brasília - Irritado com a divulgação de notícias de que irá promover mudanças no ministério para devolver à coordenação política ao ministro-chefe da Casa Civil, José Dirceu, diminuindo o espaço de Aldo Rebelo, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva teve de entrar em campo para tentar dar um basta na polêmica. Hoje, por meio de nota oficial, o presidente Lula "assegurou não estar em cogitação qualquer mudança ministerial". E acrescentou: "quando tiver de fazer alguma mudança no ministério, eu próprio comunicarei o fato à imprensa". De acordo com interlocutores do presidente, nenhuma mexida na Esplanada será feita antes de se conhecer o resultado das eleições municipais.

Segundo as especulações, Aldo iria para a Defesa, no lugar de José Viegas, alvo de críticas de interlocutores do presidente e de militares. Viegas foi questionado pelo Planalto por causa de alguns deslizes éticos como usar um avião da Aeronáutica para levar a família para um fim de semana em Mato Grosso do Sul, por ter assinado contrato com a Fundação Getúlio Vargas, beneficiando um amigo e por usar carro do ministério para fins particulares.

Lula destacou alguns de seus principais assessores para tentar descobrir quem está alimentando essas especulações e mostrou-se muito contrariado com as notícias de que o PT, seu partido o estaria pressionando por mudanças. Interlocutores de Lula insistem que neste momento nenhuma reforma ministerial seria promovida, até porque o presidente não age sob pressão. No ano passado, as pressões por mudanças transcorreram durante todo o ano e elas só vieram em fevereiro último.

Por causa dessas pressões o presidente se viu obrigado ontem a ouvir do ministro da Defesa, José Viegas, um pedido de satisfação se irá mesmo retirá-lo do cargo. "Eu próprio comentei com ele, hoje, e ele disse ´não´. Não tem nada a ver. Eu sou o ministro da Defesa, fui nomeado ministro pelo presidente, e serei ministro enquanto o presidente quiser que eu seja", afirmou Viegas, após cerimônia de comemoração do aniversário da Batalha Naval do Riachuelo. "Essa é uma decisão do presidente, e não creio que caiba a mim fazer comentários à imprensa a respeito desse problema", reiterou.

O líder do PT na Câmara, deputado Arlindo Chinaglia, também tentou amenizar a polêmica em torno das supostas disputas entre os grupos de Aldo Rebelo e José Dirceu no governo. "Não vejo crise. Não tenho condição de falar em divergência e a troca da coordenação política não está em discussão", declarou Chinaglia.




Fonte: Estadão.com

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