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Terça - 25 de Maio de 2004 às 12:06

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Há um mês, o cantor Léo Maia, filho de Tim Maia, apresenta-se, sempre às quintas-feiras, no Grazie a Dio, em Pinheiros, na zona oeste de São Paulo. No repertório, muita black music, com direito a músicas do pai e de ídolos, como Caetano Veloso.

Aos 28 anos, ele diz buscar um novo caminho musical, mas o soul que consagrou Tim Maia é o ritmo predominante em suas composições. "Eu não sou Tim Maia, eu não sou Ed Motta. Eu sou Léo Maia. Mas é claro que eles fazem parte da minha formação musical", avisa. Porém, é inevitável: o público vai ao delírio quando ele empresta a voz a "Você" ou a "Primavera", sucessos de seu pai.

Ao contrário dos dois irmãos (um deles, mais velho, irmão só por parte de pai, morreu num assalto), que não se interessaram pela música, Léo nunca deixou de acompanhar o pai nos shows --nem mesmo quando ele se separou da mãe, Geisa, com quem o então garoto ficou morando em Campos (RJ). "Quando eu tinha oito anos, já era roadie [aquele que cuida dos instrumentos musicais para os shows] do meu pai. Tínhamos muito em comum. Lembro de ficar tocando violão na cozinha enquanto ele fritava ovo."

E foi com a paixão pela música que o rapaz pagou o curso de direito, do qual desistiu no ano passado. "Eu tocava em alguns bares e, assim, conseguia me manter. Venho de uma família simples. Escolhi esse curso para poder ajudar meu pai com as coisas dele. Quando ele morreu, achei que aquilo não fazia mais sentido", diz Léo, que, então, passou a morar no estúdio que antes era do pai.

"Eu não falava com ninguém. Dormia num colchonete e tocava bateria de madrugada. Por um ano, foi assim." Com o tempo e a falta de dinheiro, a música tornou-se importante novamente. "Voltei a me apresentar. Tocava umas músicas do Legião Urbana, umas do Tom Jobim e coisas minhas. As apresentações foram aumentando, os bares foram ficando pequenos." Assim é até hoje. A temporada paulista do cantor seria encerrada na próxima quinta, mas, com o sucesso, deve durar mais um mês.

O cantor, no entanto, prefere não fazer planos. "Estou feliz, mas deixo a vida me levar aonde ela quiser."




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