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Politica Brasil
Sábado - 01 de Maio de 2004 às 15:11
Por: Onofre Ribeiro

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Esta semana que se encerra hoje manteve a temperatura política no PPS mais em banho-maria do que na ebulição das semanas anteriores.

Porém, há um fato novo e profundamente complicador da mesma temperatura e do mesmo PPS: o governador de Mato Grosso, Blairo Maggi, anunciou na quarta-feira a sua disposição de mudar de partido, possivelmente para o PMDB.

Aliás, há cerca de duas semanas esta coluna já antecipava essa possibilidade. Naquele momento o governador não desmentiu nem confirmou, exceto o que já vinha sinalizando há algum tempo: a sua disposição de sair do PPS. Alegava a pouca representatividade do partido no país. Tanto, que nem participou do último encontro nacional do partido.

Mas se o governador diz, agora, no meio do tiroteio partidário, que está disposto a mudar de partido, dá um tiro no pé de qualquer candidatura a prefeito em Cuiabá pelo PPS. Aliás, em qualquer candidatura a prefeito em qualquer dos municípios onde o partido tenha pretensões.

Com isso, fica claro que o a candidatura do deputado estadual Sergio Ricardo, em Cuiabá, deixa de representar interesse para o partido e, de certo modo, explica o surgimento da candidatura do secretário de Obras da prefeitura de Cuiabá, Marcelo Padeiro, filiado ao PMDB.

Porém, aparece aí um complicador novo: o prefeito de Cuiabá, Roberto França, parece satisfeito com o PPS do qual é presidente do Diretório Regional em Mato Grosso. No fundo, ele ficou constrangido com o surgimento da candidatura do seu secretário Marcelo de Oliveira, porque pareceu que estava traindo o seu partido e o seu candidato Sergio Ricardo. Sabe-se hoje que a candidatura Marcelo de Oliveira vem da autoria do secretário estadual de Infraestrutura, Luiz Antonio Pagot, que vem se revelando como a mais importante eminência parda do governo Maggi. Qualquer decisão política de governo passa pelo seu crivo na origem ou na aprovação.

Mas o que mais parece estranho é que o governador anuncie sua disposição de sair do partido neste momento. Nesta quinta-feira, durante o lançamento do livro “Diretas Já”, do ex-governador Dante de Oliveira, no teatro da Universidade Federal de Mato Grosso, inesperadamente apareceu por lá o prefeito Roberto França. Todo mundo estranhou porque França não freqüenta qualquer tipo de evento social. Só aparece nas suas inaugurações e nelas em discurso dá os recados que quer dar.

No lançamento do livro ele não poupou críticas às declarações do governador Blairo Maggi de possivelmente sair do partido.

A leitura disso tudo conduz a duas direções: Maggi está pouco se lixando por uma candidatura a prefeito do PPS em Cuiabá. Poderá apoiar a candidatura de Marcelo de Oliveira como aponta Pagot. Nesse caso, Roberto França garante que apoiará Sergio Ricardo na manutenção de sua candidatura. Leia-se: França e Maggi estão na rota de colisão.

Por fim, a verdadeira rota de Maggi não é o PMDB. Está apenas despistando, mas o seu horizonte político vai noutra direção surpreendente que poderá se confirmar em pouco tempo.

*Onofre Ribeiro é Jornalista em Cuiabá.




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