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Politica Brasil
Sábado - 01 de Maio de 2004 às 12:40
Por: Vinícius Queiroz Galvão

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Em discurso durante a missa do Dia do Trabalho na igreja matriz de São Bernardo do Campo, na Grande São Paulo, neste sábado, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse ser incapaz de acabar com o desemprego no país.

Na campanha de 2002, no entanto, Lula prometeu criar 10 milhões de novos postos de trabalho. Terminou o primeiro ano de mandato com o índice recorde de desemprego e retração de 0,2% do PIB (Produto Interno Bruto).

"O desemprego passou a ser um dos grandes problemas, e este é o desafio que está colocado para que resolvamos no nosso mandato, ou que, pelo menos, comecemos a resolvê-lo de forma definitiva. Nunca acabaremos com 100% dos desempregados do Brasil", disse Lula.

O presidente disse ainda sentir saudade do tempo em que era sindicalista, quando havia oferta de vagas na porta das fábricas.

"Acho que os sindicalistas aqui presentes têm saudade do tempo que a gente andava na porta das empresas e tinham placas 'procura-se', porque hoje não há mais. Hoje desapareceram essas placas."

Realizada desde 1980, na igreja matriz de São Bernardo, a missa do Dia do Trabalho nasceu como protesto à prisão de Lula e de dirigentes sindicais naquele ano. Nos últimos 24 anos, Lula sempre compareceu à missa.

Sermão

Durante sermão na igreja, o bispo de Santo André, Nelson Westrup, criticou o desemprego no país e o que chamou de "falta de um salário justo".

"Como trabalhar para comer se não tem emprego?", disse o religioso. "O desemprego é sempre um mal, e quando atinge determinadas dimensões, vira calamidade social."

Na semana em que o governo anunciou o polêmico reajuste do salário mínimo --de R$ 240 para R$ 260--, Lula também ouviu do bispo palavras sobre a reivindicação de um "salário justo".

"No dia em que o problema do emprego e do salário justo for solucionado, poderemos falar em uma sociedade alicerçada na Justiça", afirmou o religioso.

A CNBB (Confederação Nacional dos Bispos do Brasil) divulgou um documento chamado de "Mensagem para o Dia do Trabalhador", que foi lido durante a missa.

"Os credores podem esperar, mas os desempregados, não", diz o documento. Segundo a CNBB, os recursos públicos devem destinar-se "não apenas ao pagamento dos juros da dívida pública interna e externa, mas a investimentos geradores de emprego" e que ajudem na erradicação da pobreza.




Fonte: Folha Online

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