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Saúde
Quarta - 28 de Abril de 2004 às 18:11
Por: Márcia Freitas

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Entre os dez novos membros da União Européia estão alguns países que têm as taxas de incidência do vírus HIV que aumentam mais rapidamente em todo mundo. A situação é mais preocupante nos países bálticos e, particularmente, na Estônia, onde o Programa da ONU para o Desenvolvimento (PNUD) estima que 1% da população adulta seja portadora do vírus. Para comparar, as taxas de incidência em países como Alemanha e Finlândia ficaram em torno de 0,1%. Alguns dos novos membros ¿ como Polônia, República Checa, Hungria, Eslováquia e Eslovênia - adotaram as medidas necessárias para combater o problema já há algum tempo. "A Polônia, por exemplo, começou a responder ao problema da aids há dez anos", diz Ben Slay, diretor do centro regional do PNUD em Bratislava, Eslováquia. Mas isso não significa que as nações da Europa Central não têm motivos para se preocupar. Em alguns desses países existem grupos de alto risco, como usuários de drogas na Polônia, que podem ser fonte de futuras explosões da aids. Paradoxo Os países bálticos são os que oferecem o grande paradoxo. Eles estão entre os mais bem-sucedidos dos dez novos países, mas, ainda assim, o quadro de HIV e aids nesses países é extremamente preocupante, segundo o PNUD. Na Estônia, o PIB per capita em 2001 foi de US$ 10.170, ao mesmo tempo em que o país registrou a incidência do HIV de 1% da população. Os níveis eram relativamente baixos até 1999, mas a situação começou a mudar drasticamente a partir do ano 2000, quando 390 novos casos foram localizados, a maior parte (304) na cidade de Narva, na fronteira com a Rússia. A tendência continuou no ano 2001, com mais de mil novos casos sendo verificados, a maior parte entre usuários de drogas. Para a especialista do Departamento de Saúde Pública do Ministério de Assuntos Sociais da Estônia, Eda Leesalu, há várias razões para esse aumento repentino, o fator econômico sendo provavelmente uma delas. Minorias russas "A maior parte dos novos casos registrados vinha do leste do país, onde, antes da independência, em 1991, havia fábricas", diz Leesalu. "Depois muita gente perdeu seus empregos, e o preço das drogas é baixo nessa área, então eu acho que tudo isso pode ter provocado o aumento." "Nessa parte do mundo, o início se deu quase que exclusivamente entre usuários de drogas", afirma Ben Slay. "E isso esteve concentrado em grande parte entre as comunidades russas da Estônia, que são pobres, que têm muita gente que não fala a língua nacional e, portanto, têm mais chances de estarem excluídas." Slay afirma que o governo estoniano começou a agir antes mesmo do novo relatório da PNUD ter apontado o problema. Mas mais medidas são necessárias, segundo ele, para atender principalmente as minorias que não confiam no sistema de saúde tradicional e por isso acabam excluídas dos programas de prevenção. Em 2003, o governo estoniano assinou um acordo com a organização Global Fund Aids, que poderá render até US$ 10 milhões para o combate à aids. Essa parceria, segundo Eda Leesalu, tem feito com que mais apoio possa ser dado a ONGs que desenvolvem trabalhos de rua voltados a grupos de risco. Em Tallin, por exemplo, a organização Convict emprega ex-usuários de drogas que pertencem à minoria russa para fazer a distribuição de seringas descartáveis em pontos de venda de drogas.




Fonte: Agência Brasil

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