O Ministério da Educação (MEC) solicitou esta semana para os reitores de todas as universidades federais do país, que seja enviado o plano de reposição das aulas perdidas durante a greve. De acordo com Francisco Souto, vice-reitor da Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT), não há possibilidade de elaborar um plano de reposição de aulas sem a universidade saber qual será o dia que a greve terminará.
Já os professores que estão em greve há quase três meses, se reuniram novamente nesta terça-feira (14) em assembleia com a categoria para deliberar sobre a radicalização do movimento grevista.
“Historicamente a UFMT tem um longo passado de greves. A nossa experiência é que, assim que o movimento voltar às atividades normais, o Conselho de Ensino e Pesquisa e Extensão (Consep) se reúna e trace um calendário”, relatou o vice-reitor.
Para ele a paralisação das atividades docentes pode prejudicar os alunos que estão se formando porque, segundo o vice-reitor, haverá um retardamento do curso na hora da reposição do conteúdo. “Entretanto, os alunos que estão no meio do curso, com o tempo, as atividades podem se normalizar e isso não acarretará em prejuízos”, informou ao G1.
Com relação ao meses em que essas aulas serão repostas, o representante da UFMT ressaltou que o calendário pode se estender até os meses de janeiro e fevereiro, dependendo do que for ajustado dentro do Consep.
Contudo, o vice-reitor Francisco Souto reforçou que a última proposta do governo federal não é ruim. Segundo ele, a segunda proposta traz avanços e melhorias nos salários dos docentes e que o MEC está esperando os grevistas normalizarem as atividades para conversar com a categoria. “É um avanço essencial considerando que nós estamos em época de inflação pequena”, pontuou.
Já os professores da UFMT ainda continuam paralisados e avaliam que a proposta do governo se quer atingiu o que foi proposto pela categoria. De acordo com os docentes, o governo federal tem se mostrado intransigente com as reivindicações dos grevistas.
“O governo federal está tentando nos enfraquecer com essas mediadas. O que nós queremos é uma negociação que melhore a nossa carreira. Se tem dinheiro para Copa do Mundo, por que não tem dinheiro para educação”, avaliou a professora Iranilda dos Santos, do departamento de Serviço Social da UFMT.
Diante do impasse, o comando local de greve da Associação dos Docentes da UFMT (Adufmat) resolveu participar de uma marcha para Brasília nesta quarta-feira (15), onde o movimento unificado dos grevistas irá realizar manifestações, juntamente com os congressistas que apoiam o movimento em suas regiões. A intenção é forçar o governo reabrir as negociações com a categoria que completa na próxima sexta-feira (17) três meses de greve.
Proposta
O governo federal ofereceu a segunda proposta de reajuste nos salários com objetivo de suspender a greve da categoria que já dura três meses deixando 19.385 acadêmicos sem aula no estado.
Pela nova proposta apresentada, o reajuste mínimo passaria de 12% para 25% o máximo, para professores com titulação maior e em dedicação exclusiva, permaneceria em 40%, além dos 4% concedidos pelo governo numa medida provisória.
O aumento seria dado já a partir de março de 2013, e não mais no segundo semestre do ano que vem. O custo total, para os próximos três anos, seria de R$ 4,2 bilhões, em vez de R$ 3,9 bilhões, como previsto na proposta anterior, rejeitada pelos professores.
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