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Judiciário e Ministério Público
Quinta - 10 de Setembro de 2020 às 15:31
Por: Bruna Barbosa/Folha Max

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O Conselho Nacional do Ministério Público (CNMP) recusou hoje (10) o pedido de afastamento do promotor Marcos Regenold das investigações sobre a morte de Isabele Guimarães Ramos, de 14 anos, protocolado pela defesa do empresário Marcelo Cestari. O pai da menor que matou a adolescente com um disparo supostamente acidental, na casa da família, no condomínio de luxo Alphaville, entrou com o pedido após Regenold dizer, em entrevista à Época, que crime foi de homicídio doloso, quando a intenção de matar. Na época, o inquérito ainda não havia sido concluído pela Polícia Civil.

Em seu voto, relatora Sandra Krieger Gonçalves, julgou o pedido improcedente e determinou que a ação fosse arquivada. Em nota, divulgada na semana passada, Regenold afirmou que suas falas para a entrevista da publicação foram “distorcidas”. A defesa de Marcelo tentou afastar o promotor alegando “transgressão disciplinar”.

Os advogados do empresário também questionavam trechos da reportagem onde Regenold dizia que ele era o “o grande responsável” pela morte de Isabele. Ainda o qualificou como um “aficionado por armas”.

“Além de tecer notório juízo de valor sobre o primeiro representante, inclusive, afirmando que o mesmo possui paixão doentia por armas de fogo, antes mesmo da conclusão do Inquérito Policial, o representado antecipou sua opinião pessoal de que eventual conduta omissiva imputada ao primeiro representante tenha sido causa do resultado morte que atingiu a vítima”, diz trecho do pedido.

Com a decisão, além de manter o promotor no caso, o pedido de investigação contra ele foi arquivado. Ante todo o exposto, indefiro de plano o pedido de liminar, não conheço do pedido de apuração disciplinar das condutas narradas e julgo improcedente o pleito de controle da Portaria nº 512/2020, razão pela qual determino o arquivamento do presente feito”, diz a decisão assinada por Sandra Krieger Gonçalves.

ENTENDA O CASO

Isabele foi encontrada morta no banheiro do closet das filhas de Marcelo. A Polícia Civil concluiu que a menor deve responder por ato infracional análogo a homicídio doloso, enquanto o pai foi acusado de quatro crimes: omissão de cautela, posse ilegal de arma de fogo, fraude processual e homicídio culposo – quando não há intenção de matar. A pena do empresário pode chegar a 11 anos.

O pai do namorado do menor que levou as armas para casa da família Cestari, Glauco Fernando Mesquisa, também foi indiciado por omissão de cautela, enquanto o filho, de 16 anos, deve responder por ato infracional análogo a porte ilegal de arma.





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