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Saúde
Quarta - 08 de Dezembro de 2021 às 14:51
Por: Joanice de Deus/Diário de Cuiabá

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Exames para detectar câncer de pele caem 43% em MT
Exames para detectar câncer de pele caem 43% em MT

A pandemia do novo coronavírus levou muitas pessoas a evitar os consultórios médicos nos últimos meses. A situação acendeu um alerta na Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD), que verificou uma realidade preocupante para os esforços de prevenção e combate ao câncer de pele no país. Em Mato Grosso, não foi diferente.

De acordo com os dados da SBD, em 2020, momento mais crítico da Covid-19, foram realizados 443 diagnósticos a menos da doença do que em 2019, no Estado. A quantidade representa uma queda de 43%. Foram 1.035 exames de melanoma maligno de pele realizados em nível estadual em 2019 e, no ano passado, 592 análises. Agora em 2021 (até julho passado), foram 335 diagnósticos.

No país, ao longo de 2020, estima-se que 17.227 exames deixaram de ser realizados, o que significa uma queda de 24,7% em comparação a 2019. Os estados com maior redução no número de notificação de diagnóstico do câncer de pele foram: São Paulo (-4.115), Paraná (-2.838) e Rio Grande do Sul (-2395). Em termos percentuais, se destacam o Piauí, com queda de 46%, Mato Grosso (-43%) e Mato Grosso do Sul (-42%). Por outro lado, houve aumento de diagnósticos em oito estados, com números significativos em Amazonas, Rondônia e Sergipe.

Em relação às internações hospitalares para tratamento do câncer de pele (melanoma) e outras neoplasias malignas, observou-se uma queda de 36% na comparação entre 2020 e 2019, no território mato-grossense, onde o levantamento revela 390 hospitalizações neste ano; 535 no ano passado, e 831 internações, no ano retrasado. Em nível nacional, a redução foi de 26% no mesmo período.

Também foram verificados os números de óbitos. “Com respeito aos indicadores de mortalidade, percebe-se que não houve alteração significativa nos períodos avaliados. Apesar das quedas significativas nos totais de diagnósticos de novos casos de câncer de pele e mesmo de internações para seu tratamento, o número de mortes atribuído a essa doença apresentou apenas uma oscilação de 2% para menos”, aponta a SBD. Os dados analisados foram extraídos do Painel Oncologia Brasil, do Sistema de Informações de Mortalidade (SIM) e do Sistema de Informações Hospitalares (SIH/SUS), todos do Ministério da Saúde (MS).

No geral, conforme a SBD, a análise indica que os serviços de combate e prevenção ao câncer de pele foram comprometidos. Consequentemente, milhares de casos de câncer de pele potencialmente devem iniciar seus tratamentos com atraso ou ainda nem foram descobertos pelos médicos, o que tem impacto direto nas chances de recuperação e cura dos pacientes.

O entendimento também de que a retração do número de diagnósticos em 2020 tem relação com a Covid-19. Além do receio das pessoas de contaminação pelo coronavírus, os serviços de saúde reorientaram suas agendas, restringindo o acesso de pacientes ou mesmo limitando seus atendimentos aos casos da infecção causada pelo coronavírus.

A divulgação dos dados coincide com o início da campanha do “Dezembro Laranja, organizada pelo SBD. Com o slogan "Adicione mais fator de proteção ao seu verão", os dermatologistas chamam a atenção dos brasileiros sobre a necessidade de conjugar a prevenção à Covid-19 com os cuidados na prevenção, diagnóstico e tratamento precoces deste tipo de neoplasia.

"É preciso fazer tudo para deixar o coronavírus bem longe, mas não devemos esquecer que além dele é preciso cuidar de outros aspectos de nossa saúde, como a prevenção ao câncer de pele”, disse o presidente da Sociedade Brasileira de Dermatologia, Mauro Enokihara, por meio da assessoria de imprensa. “Por isso, todos devem incorporar em sua rotina as medidas de fotoproteção e estarem atentos à retomada de consultas, exames e cirurgias nas redes pública e privada. Claro, que sempre observando as orientações das autoridades sanitárias", completa.

Além de estimular a incorporação dos hábitos de fotoproteção ao cotidiano das pessoas, a iniciativa também orienta a busca de orientação dos médicos dermatologistas em caso do surgimento de sinais e sintomas que merecem ser investigados.

O QUE É – Conforme os médicos, a doença é provocada pelo crescimento anormal e descontrolado das células que compõem a pele. Estas células se dispõem formando camadas e, de acordo com a camada afetada, definimos os diferentes tipos de câncer. Os mais comuns são os carcinomas basocelulares e os espinocelulares. Mais raro e letal que os carcinomas, o melanoma é o tipo mais agressivo de câncer da pele.

A radiação ultravioleta é a principal responsável pelo desenvolvimento de tumores cutâneos, e a maioria dos casos está associada a exposição excessiva ao sol ou ao uso de câmaras de bronzeamento. Apesar da incidência elevada, o câncer da pele não melanoma tem baixa letalidade e pode ser curado com facilidade se detectado precocemente. Por isso, examine regularmente sua pele e procure imediatamente um dermatologista caso perceba pintas ou sinais suspeitos.





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