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Saúde
Quinta - 10 de Março de 2022 às 05:31
Por: Allan Pereira/RD News

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Testes feitos na água tratada para população da Capital e outros quinze municípios mato-grossenses, entre 2018 e 2020, encontraram agrotóxicos, substâncias inorgânicas e até elementos radioativos, conforme levantamento feito pelo Repórter Brasil e publicado pela Agência Brasil nesta semana.

O nível de substâncias químicas e radioativas encontrada na água desses municípios está no grau mais elevado de limite de segurança estipulada pelo Ministério da Saúde e são tidas como causadoras de doenças crônicas quando consumidas em excesso e de forma contínua, como o câncer, de acordo com Agência Internacional de Pesquisa em Câncer (IARC), órgão da Organização Mundial da Saúde (OMS).

Os dados foram levantados pelo Repórter Brasil a partir do Sistema de Informação de Vigilância da Qualidade da Água para Consumo Humano (Sisagua) do Ministério da Saúde.

Os municípios, onde foram encontradas substâncias com maior possibilidade de maiores riscos de doenças crônicas, são Cuiabá, Juína, Comodoro, Cáceres, Tangará da Serra, Arenapólis, Campo Verde, Primavera do Leste, Paranatinga, Pontal do Araguaia, Alto Garças, Pedra Preta, Sorriso, Sinop, Marcelândia e Guarantã do Norte.

Veja abaixo a lista de substâncias encontradas em cada município, de acordo com o Mapa da Água do Repórter Brasil, ressaltando que em uma cidade pode ser encontrada mais de uma substância de tipos diferentes.

Na Capital, onde a água é distribuída para mais de três milhões de pessoas, de acordo com estimativas do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), foi encontrada acima do limite de segurança a substância Nitrato.

De acordo com Mapa da Água, o nitrato e seus compostos são utilizados na fabricação de fertilizantes, conservantes de alimentos, explosivos e pela indústria farmacêutica na produção de medicamentos vasodilatadores.

Nos demais municípios foram encontradas substâncias derivadas de agrotóxicos, metais pesados e até elementos radioativos, como Rádio-228 e Atividade Alfa Total, que são usadas com fim médico para tratamento de câncer e exames raio-x.

Já mais dois municípios mato-grossenses também foram encontrados substâncias perigosas, mas que causem danos à saúde, e não risco de doenças crônicas. Em Confresa foi detectado substâncias chamadas de Ácidos haloacéticos total, que é formando no processo de tratamento de água com cloro para matar bactérias. Já em Campinápolis foram encontrados Trihalometanos Total, que é encontrados em solventes para vários produtos.

Arte: Rodinei Crescêncio

Quadro �gua contaminada

Em mais 28 de municípios de Mato Grosso as substâncias encontradas estão dentro de limite de segurança permitido pelo Ministério da Saúde e especialistas, enquanto as demais prefeituras não alimentaram o Sisagua.

De acordo com a reportagem da Agência Pública, os subprodutos encontrados pelos testes surgem da reação de substâncias que podem estar na água, como algas e esgoto, com o cloro ou outro desinfectante. “Entretanto, o processo de tratamento é essencial, pois impede a propagação de doenças que podem ser fatais, como cólera, giardíase, disenteria e febre tifoide”, destaca.

As substâncias químicas geradas a partir do tratamento da água, os chamados subprodutos da desinfecção, são seguros desde que mantidos abaixo de uma concentração determinada pelo Ministério da Saúde.

A presença contínua desses produtos aumenta o risco de doenças crônicas que podem ter consequências silenciosas a longo prazo, como problema no fígado, rins e sistema nervoso, além de aumentar o risco de câncer. (Com Agência Pública)





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