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Saúde
Quarta - 25 de Julho de 2012 às 22:30

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Desde o começo do ano, o Ministério da Saúde registrou 210 mortes por gripe A no País. O dado se refere ao período de janeiro até o dia 21 de julho. O maior número de vítimas fatais da doença se concentra nas regiões Sul (134) e Sudeste (57). Juntas, as duas regiões, cujo clima mais frio facilita a transmissão do vírus, concentram 91% das mortes. O Centro-Oeste registrou nove óbitos. As regiões Norte e Nordeste, cinco cada.

De acordo com o Ministério da Saúde, já é possível detectar que o pico do número de mortes em 2012 teria sido ultrapassado. Ele teria ocorrido na 25ª semana do ano, entre os dias 17 e 23 de junho, quando foram notificadas 41 mortes. Nas três semanas seguintes, esse total caiu para 30, 17 e 12 mortes. Como ainda há óbitos em fase de investigação, os dados devem sofrer alterações nos próximos dias.

"É possível que o pico tenha mesmo ficado para trás, mas ainda seria preciso avaliar se a doença não irá apresentar curvas diferenciadas de ocorrências em cada região do País", afirmou a médica infectologista Nancy Bellei, da Universidade Federal de São Paulo e do Comitê de Influenza e Virulogia Clínica da Sociedade Brasileira de Infectologia (SBI). "Em 2009, durante a pandemia, o pico foi registrado no mês de agosto. A volta às aulas pode vir a ser um complicador nas regiões mais frias."

Os números do ministério também mostram que as mortes pelo vírus de subtipo Influenza H1N1 representam 86,1% do total de 244 mortes provocadas pela gripe A. Em relação ao total de 860 mortes registradas por síndrome respiratória aguda grave, o percentual é 28,4%.

"Os dados demonstram, como era esperado, que já começamos, sim, a vencer o pico de mortes, mas as nossas equipes seguem investigado os casos", afirmou a secretária substituta de Vigilância em Saúde do ministério, Sônia Brito. "Tanto os médicos quanto a população em geral estão mais atentos hoje, mas ainda existe certa cultura de que gripe não se trata, o que não deixa de ser uma barreira".

Estudos técnicos ainda em andamento no Ministério da Saúde apontam que parte das mortes registradas em Santa Catarina e no Rio Grande do Sul foram de pacientes que receberam o tratamento tardio, tinham outras doenças preexistentes ou se encontravam em ambas as situações.

Pandemia de 2009
O total de mortes de pacientes com o vírus H1N1 registradas em 2012 corresponde até o momento a 10,2% do que foi verificado em 2009, quando 2.060 pessoas morreram no Brasil. O fim da pandemia foi decretado em agosto de 2010 pela Organização Mundial da Saúde (OMS).

Com a confirmação de que receberia mais doses de vacina, a Secretaria de Saúde do Paraná decidiu ampliar a faixa etária das crianças vacinadas para até 5 anos incompletos. Já a Secretaria de Vigilância em Saúde do governo federal confirma que alguns estoques restantes de vacinas contra a gripe estão sendo remanejados para os Estados da Região Sul, mas explica que a orientação geral do ministério é manter a vacinação dos mesmos grupos prioritários na campanha nacional, encerrada em junho.

A gripe é caracterizada pelo surgimento simultâneo de febre e tosse ou dor de garganta, dor de cabeça, muscular ou nas articulações. O antiviral, que reduz as chances de que a doença evolua para um caso grave, tem maior eficácia nas primeiras 48 horas desde o início dos sintomas.






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