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Saúde
Segunda - 11 de Setembro de 2023 às 06:42
Por: Alecy Alves/Diário de Cuiabá

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Até consolidar a condição atual de ex-fumante, Toni diz que perdeu as contas de quantas vezes tentou parar
Até consolidar a condição atual de ex-fumante, Toni diz que perdeu as contas de quantas vezes tentou parar

Servidor público, bordador, carnavalesco...

Aos 57 anos, Toni Costa é um cidadão multitarefas.

Ansioso, se reconhece como quem não consegue ficar desocupado, com tempo sobrando e sem exercer uma atividade produtiva.

Por conta dessa ansiedade, costumava fumar até três maços de cigarros ao dia, ou seja, 60 unidades.

“Eu só não fumava enquanto dormia”, reconhece Toni, celebrando o tempo verbal na frase.

“Comecei a fumar na adolescência, ao ver meus irmãos e amigos fumando. Naquela época, ao contrário de hoje, era bonito e socialmente aceito circular com um cigarro na boca”, recorda.

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Toni e Márcio

Márcio de Melo, um dos melhores amigos de Toni, caminha firme no propósito de tornar o vício uma história do seu passado

Até consolidar a condição atual de ex-fumante, ele diz que perdeu as contas de quantas vezes tentou parar.

Estava sempre tentando, sem sucesso, se libertar da dependência,

A quantidade consumida por Toni representa 60 mg de nicotina despejadas diariamente no organismo, de acordo com pesquisa do Instituto Nacional de Câncer (Inca).

Além da nicotina, o cigarro libera outras 69 substâncias cancerígenas.

Dezessete anos depois de abandonar o vício, o servidor se orgulha da vitória, mas acha que sua luta ainda não terminou.

Agora Toni se mantém no combate ao tabagismo em favor de outras pessoas, especialmente na vigilância dos três irmãos Gicely, Robson e Décio, e dos amigos que já ajudou a parar de fumar e os que ainda fumam.

Márcio de Melo, um de seus melhores amigos, caminha firme no propósito de tornar o vício uma história do seu passado, assim como seu amigo.

“Ele está há 6 meses sem fumar”, conta Toni.

A ideia dele é conscientizar as pessoas sobre os malefícios do cigarro e mostrar que se ele conseguiu o que parecia impossível, outros podem conseguir.

“Não sinto vontade de fumar nem mesmo quando estou no mesmo ambiente em que há pessoas fumando”, garante.“Estou apoiando, tentando fazer o meu amigo Márcio ser persistente, resistir ao desejo de voltar a fumar”, completa.

Toni relembra a importância da ação ‘Largue o Cigarro Correndo’, desenvolvida pela Coordenadoria de Saúde e Segurança no Trabalho, da Secretaria de Estado de Planejamento (Seplag), nas mudanças em sua vida.

Foi nessa que recebeu suporte e apreendeu, entre outras coisas, a importância da atividade física à saúde e os danos causados pelo tabagismo.

Sobre as atividades que desempenha nas horas que seriam de descanso da função pública, como técnico administrativo, bordar e administrar seu bloco carnavalesco, estão entre as mais prazerosas.

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Toni - Carnaval

Neste mês, suas principais ocupações estão voltadas ao evento de lançamento do samba enredo do “Luxo Folia”, bloco que criou há sete anos

Neste mês, suas principais ocupações estão voltadas ao evento de lançamento do samba enredo do “Luxo Folia”, bloco que criou há sete anos e a bordar as fantasias carnavalescas e outras vestimentas.

O bloco dele está sediado no bairro Morada da Serra, em Cuiabá, onde mora.

O samba enredo deve ser lançado no dia 30.

POR QUE PARAR DE FUMAR - O tabagismo está associado diretamente a diversas doenças.

Na lista do Inca estão: câncer de pulmão, de boca, laringe, esôfago, estômago, pâncreas, rim e bexiga.

É apontado como causa de 90% das mortes por câncer de pulmão.

Também como causa de doenças respiratórias obstrutivas como a bronquite crônica e o enfisema pulmonar.

O tabaco é apontado ainda como responsável pela queda das defesas do organismo, o que pode aumentar a incidência de doenças como a gripe e a tuberculose.

ÍNDICE DE FUMANTES - A estimativa da Organização Pan-Americana da Saúde (Opas) e da Organização Mundial da Saúde (OMS) é que no Brasil 20 milhões de pessoas consomem tabaco diariamente no país.

MORTES E DOENÇAS - No Brasil, o Inca atribui ao tabagismo uma carga de 440 mortes ao dia, totalizando 160 mil ao ano, além de 444 mil diagnósticos de doenças cardíacas, 433 mil de pulmonares, 52 mil de Acidentes Vasculares Cerebrais (AVC) e 40 mil casos de outros tipos de cânceres.

Globalmente, o tabaco mata cerca de 8 milhões de pessoas todos os anos (mais de 7 milhões de fumantes ativos e mais de 1 milhão de não fumantes expostos ao fumo passivo).





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