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Judiciário e Ministério Público
Terça - 05 de Março de 2024 às 06:55
Por: Thaiza Assunção/Mídia News

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Foto usada pelo MPE mostra reunião entre João Bosco da Silva, Emanuel Pinheiro e o ex-comendador João Arcanjo

Nas investigações sobre esquemas de corrupção na Saúde, que culminaram no afastamento do prefeito Emanuel Pinheiro (MDB) do cargo, nesta segunda-feira (4), o Ministério Público Estadual (MPE) citou que João Bosco da Silva, apontado como "laranja" de um esquema milionário, mantinha proximidade com o prefeito e "influência política", que beneficiava sua empresa e direcionava contratos públicos.

Se puder peça aos secretários pra dar uma atenção especial pro compadre (se referindo a João Arcanjo)

Segundo as investigações, Bosco - compadre do ex-comendador João Arcanjo Ribeiro - era "laranja" da empresa fantasma Remocenter Serviços Médicos, que vendeu, em 2021, medicamentos que sequer foram entregues à Prefeitura de Cuiabá.

Para o MPE, a influência do "laranja" ficou "bem escancarada", especialmente em sua conversa com Marcelo Biaggio Norbiatto, à época gestor em Controladoria na Empresa Cuiabana de Saúde.

No dia 08 de setembro de 2021, Bosco enviou a Norbiatto a foto de uma reunião entre ele, João Arcanjo Ribeiro e Emanuel Pinheiro.


"Em análise do aparelho celular de um dos principais envolvidos, João Bosco da Silva, identificou-se sua proximidade com Emanuel Pinheiro. O vínculo torna-se ainda mais evidente na conversa com Emanuel via whatsapp, no dia 24 de janeiro de 2023, que demonstra que, sobre o aval e direcionamento do prefeito, João Bosco agendava frequentemente visitas políticas e negociais entre empresários e secretários municipais", citou o MPE.

As investigações ressaltaram que na conversa, Bosco, ao contar para Emanuel que levaria alguns empresários para conhecer secretários municipais, diz: “Se puder peça aos secretários pra dar uma atenção especial pro compadre (se referindo a João Arcanjo)”.

Em resposta, Emanuel pede para o "laranja" procurar o secretário-adjunto de desenvolvimento urbano Oseas Machado.

Intubação na Covid

No relatório investigativo, o MPE diz que é importante relembrar que a Operação Hypnos apurou compras fictícias do medicamento Midazolam (forte sedativo destinado a manter sedados pacientes intubados com COVID 19) pela empresa Remocenter.

"Fato que resultou na morte de inúmeras pessoas que acordaram durante a intubação por falta de tal medicação (comprada e não fornecida) ou sofrimento inimaginável daqueles que permaneceram intubados sem a sedação", diz.

O MPE citou ainda que os pagamentos recebidos pela Remocenter foram autorizados por Eduardo Pereira Vasconcelos, na época diretor ddministrativo financeiro da Empresa Cuiabana de Saúde, e Célio Rodrigues, diretor geral da ECSP, o qual, inclusive, foi preso pela 2ª vez em decorrência dessa operação.





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