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Judiciário e Ministério Público
Terça - 23 de Dezembro de 2025 às 06:56
Por: Aline Almeida/Gazeta Digital

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Depois de 23 anos da Arca de Noé, operação da Polícia Federal, que apontou João Arcanjo Ribeiro como chefe do crime organizado em Mato Grosso, e condenações que chegaram a quase 90 anos de prisão, o ex-comendador está a um passo de recuperar a liberdade plena. Atualmente em regime aberto, com a única restrição de recolhimento noturno a partir das 22h, o réu pode ter a ficha limpa.

A defesa de Arcanjo, feita pelo advogado Paulo Fabrinny, solicitou no processo de execução da pena a exclusão de 11 anos e 4 meses referente à condenação federal que foi anulada em julho do ano passado. Tratava-se de um processo por crime contra o sistema financeiro nacional e lavagem de dinheiro, onde ele tinha sido condenado a 37 anos de prisão, pena posteriormente reduzida para os 11 anos e 4 meses, além do perdimento dos bens.

A condenação foi anulada pelo Tribunal Regional Federal da 1ª região porque o Uruguai havia indeferido a extradição de Arcanjo com relação a esse processo e, mesmo assim, a Justiça Federal, à época, insistiu em processá-lo.

Além de pedir a anulação da pena, o advogado de Arcanjo pede que seja realizado um novo cálculo de pena, diante de várias condenações terem sido anuladas e por acreditar que o ex-comendador já cumpriu toda a pena ou está bem próximo de concluir.

Requer-se que, apurado o novo cálculo, sejam adequadas de pronto as consequências executórias dele derivadas, inclusive com o reconhecimento de eventual extinção integral do saldo, se for o caso, ou com a readequação de condições do regime/benefícios, se houver repercussão, cita trecho do pedido, que será analisado pelo Núcleo de Execuções Penais.

Cronologia

A Arca de Noé foi deflagrada no dia 5 de dezembro de 2002 para desmantelar crimes como contrabando de máquinas caça-níqueis e jogos eletrônicos, lavagem de dinheiro, sonegação fiscal, evasão de divisas e agiotagem. Arcanjo conseguiu fugir e só foi preso no dia 11 de abril de 2003, no Uruguai. Após um acordo de extradição entre os dois países, o ex-comendador voltou ao Brasil no dia 11 de março de 2006.

Arcanjo ficou preso 14 anos, 10 meses e 10 dias, sendo que quase 10 anos foram em presídios federais.

O ex-bicheiro ganhou liberdade no dia 21 de fevereiro de 2018 e cumpria medidas cautelares, dentre elas a do uso de tornozeleira eletrônica, equipamento retirado em outubro de 2020. Dois meses depois, o juiz de Execuções Penais, Geraldo Fidelis, autorizou Arcanjo a viajar por todo o Brasil, desde que comunicado previamente.





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