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Educação/Vestibular
Segunda - 06 de Fevereiro de 2012 às 09:57
Por: Roberta Hoertel

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Clarissa, ao lado da avó, cobra vaga do Enem
Clarissa, ao lado da avó, cobra vaga do Enem

Clarissa de Oliveira passou os últimos dois anos estudando para realizar um sonho antigo, entrar para o curso de Medicina. Inscrita no Programa Universidade para Todos (ProUni), a jovem, de 18 anos, acreditava ter obtido uma média no Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) suficiente para ganhar uma bolsa integral na Universidade Gama Filho. No dia da matrícula, porém, teve uma surpresa: o resultado do exame que ela havia visto, imprimido e até compartilhado com amigos no Facebook era outro. No sistema do MEC, suas notas haviam baixado, e seu sonho de se tornar médica estava em risco.

Clarissa estudou a vida inteira no Colégio Estadual Joaquim Leitão, em Magé. A menina, de uma família humilde, mora em uma casa com mais três pessoas, que vivem com uma renda de R$ 1.300, vinda da pensão da avó Neuza Maria de Oliveira, de 61 anos. Sem a bolsa, Clarissa não pode cursar a faculdade.

— Já precisei pagar R$ 70 de autenticação de documento. Preciso de uma bolsa na faculdade, ou vou fazer o vestibular de novo — diz a jovem.

A jovem conferiu seus resultados no Enem em dezembro do ano passado. Com destaque em Redação, a média final estava em cerca de 800 pontos, o que a classificaria como bolsista da Universidade Gama Filho.

— Ela estudou tanto para isso... A gente conta pelas madrugadas que ela passou em claro — desabafa a avó.

Clarissa chegou a compartilhar o resultado em seu perfil no Facebook, onde dizia acreditar que suas notas não a classificariam para uma universidade pública. Resolveu imprimir a página com as notas, direto do site do MEC.

Mesmo sem condições financeiras, a estudante precisou ir ao Rio por três dias, para poder efetuar sua matrícula. Na fase final da inscrição descobriu que suas notas haviam caído quase pela metade, deixando-a de fora de qualquer vaga:

— Com essa nova pontuação minha média fica perto de 500, e assim eu não passaria para lugar nenhum.

Procurado pelo EXTRA, o MEC se limitou a dizer que as notas da estudante não foram alteradas e não são as maiores, apresentadas pela jovem inicialmente. A Universidade Gama Filho informou que já está analisando o caso da aluna e tentará ajudá-la.
 






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