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Saúde
Sexta - 09 de Dezembro de 2011 às 08:56

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A novidade foi apresentada nesta semana em um dos maiores congressos sobre o tema em San Antonio
A novidade foi apresentada nesta semana em um dos maiores congressos sobre o tema em San Antonio

Um novo medicamento chamado pertuzumabe pode estender a vida de pacientes com um tipo agressivo de câncer de mama, que responde por 20% dos casos no mundo da doença em mulheres. A novidade foi apresentada nesta semana em um dos maiores congressos sobre o tema em San Antonio, nos Estados Unidos.

Estudo clínico com a droga - feita a partir de células vivas - foi conduzido com 808 pacientes de 24 países no mundo e do Brasil, todas com um tumor que já havia se espalhado por outras partes do corpo. Esse estágio da doença é conhecido como metástase e é considerado grave.

A "força" do tumor das participantes estava ligada a uma proteína produzida por humanos chamada HER 2. Um gene com o mesmo nome é o responsável por regular a produção da substância. Quando esta parte do DNA é alterada, o número de proteínas HER 2 sobe e faz as células na região dos seios começarem a desenvolver câncer. Médicos afirmam que no caso de metástase, não existe chance de cura para esta versão da doença.

Os dados dos testes foram apresentados na edição na internet da revista "New England Journal of Medicine", uma das principais publicações médicas do mundo.

Para o médico oncologista Antonio Buzaid, chefe-geral do Centro de Oncologia do Hospital São José (antigo Beneficência Portuguesa), a droga é importante nas pesquisas sobre este tipo de câncer de mama.

"Para casos em geral, o avanço é modesto. Mas para pacientes com HER 2 positivo, a melhora é bem mais significativa", diz o especialista, em entrevista ao G1.

Estudo "Cleopatra"
As drogas usadas no tratamento deste tipo de câncer servem para prolongar a vida da paciente e diminuir o sofrimento. A pertuzumabe não foi desenvolvida para agir sozinha e deve ser combinada com outras drogas que fazem parte da terapia usual.

Atualmente, médicos costumam unir um remédio para destruir as células com câncer chamado docetaxel com uma segunda droga, a trastuzumabe.

"Antes da trastuzumabe, este tipo de câncer era um dos mais agressivos que conhecíamos", afirma Buzaid. "Após a adoção dessa droga, nós transformamos algo que era extremamente ruim ao corpo em uma doença controlável."

Lançada comercialmente em 1998, essa substância se conecta a um dos lados da HER 2 e reduz a ação cancerígena da proteína. Após essa união, o remédio quimioterápico (docetaxel) age melhor no corpo e o tumor consegue ser controlado durante mais tempo. A pertuzumabe tem o mesmo efeito, porém se liga a uma região diferente da proteína.

O estudo clínico - que recebe o nome de Cleopatra - reuniu pessoas que nunca haviam passado por quimioterapia antes. Metade delas recebeu trastuzumabe e docetaxel. O restante tomou uma droga a mais: a pertuzumabe. As participantes foram monitoradas durante 20 meses.

No caso da trastuzumabe, os médicos conseguiram controlar o avanço da doença durante um período aproximado de 12 meses. Já as pacientes que também tomaram pertuzumabe, a sobrevida foi maior, durando cerca de 18 meses. Nos dois casos, as mulheres viveram o tempo a mais sem que o tumor aumentasse e sem piora dos sintomas.

A fabricante da pertuzumabe já solicitou aprovação às agências regulatórias norte-americana (FDA) e europeia (EMA) para produzir um medicamento de uso comercial. No Brasil, o pedido à Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) ainda não foi feito. A previsão é que a droga seja submetida à avaliação no início de 2012.





Fonte: Do IG

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