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Educação/Vestibular
Sábado - 05 de Novembro de 2011 às 03:53
Por: Carmen Pompeu

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Alunos do Colégio Christus queixaram-se da decisão judicial que cancelou 13 das 180 questões que eles responderam no Enem. Desde o dia 26 de outubro eles se preparavam para fazer uma nova prova. Foi nesse dia que veio à tona a existência de uma apostila do colégio que antecipou questões do exame e o MEC resolveu anular as provas da escola cearense.

Nesta sexta-feira, o Tribunal Regional Federal da 5.ª Região, sediado no Recife, suspendeu a liminar que determinava a anulação de 13 questões de todos os candidatos inscritos no Enem. Pela nova decisão, somente os 639 alunos do 3.º ano do ensino médio do Christus terão 13 dos 180 testes anulados. Esses estudantes não vão precisar fazer nova prova nos dias 28 e 29 de novembro.

"Acho uma injustiça. Estava preparada para um novo exame, mesmo sendo muito cansativo", disse a estudante Mariana Alcântara. "O Enem é uma prova bem calibrada. Estudei bastante, mas agora esta notícia nos tira um pouco o ânimo."

Outro aluno garantiu que, caso fosse necessário que os alunos do Christus fizessem novamente o Enem, seria "batata". "O aluno Christus é completo", disse, em alusão ao slogan do Christus: "O Colégio Completo".

 

Carta

Hoje os alunos receberam uma carta do advogado João Quevêdo Ferreira Lopes intitulada "A Bem da Verdade - A Farsa do Enem". Nela, o advogado diz que "a culpa é do órgão idealizador das questões", em referência a acusação do MEC de que um funcionário do Christus subornou fiscais do pré-teste realizado na escola no ano passado para ter acesso às perguntas. "Não deveriam os responsáveis pela aplicação do exame reproduzir questões já tornadas públicas. Todo colégio tem interesse em ver seus alunos aprovados. Se o interesse do colégio fosse burlar o vestibular, bastaria determinar que, de 15 alunos, cada um decorasse um quesito. Não é lógico."

O advogado defende que se movam processos contra os organizadores do Enem, "pois todo ano é a mesma coisa, a reprise de um mesmo filme, que já está ficando cansativo: a incapacidade e a incompetência dos responsáveis (ou seriam irresponsáveis?) pela aplicação das questões do Enem".

Lopes diz ainda: "Ante as célebres e inolvidáveis trapalhadas ocorridas quando da aplicação do exame do Enem nos dois últimos anos, não seria mais apropriado chamá-lo de Vexame Nacional do Ensino Médio?".

E o advogado encerra a carta recorrendo a Rui Barbosa: "A propósito, lembram-me aqui as sábias palavras de Rui Barbosa: "Medo, venalidade, paixão partidária, respeito pessoal, subserviência, espírito conservador, interpretação restritiva, razão de estado, interesse supremo, como quer que te chames, prevaricação judiciária, não escaparás ao ferrete de Pilatos! O bom ladrão salvou-se. Mas não há salvação para o juiz covarde".






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