Publicidade
Repórter News - www.reporternews.com.br
Politica MT
Sábado - 27 de Agosto de 2011 às 03:42
Por: Andréa Haddad

    Imprimir


Considerado um dos principais alvos da CPI das PCHs, instalada na Assembleia para investigar supostas irregularidades no setor, o empresário Eraí Maggi (PDT), primo do ex-governador e senador Blairo Maggi (PR), adianta que vai prestar esclarecimentos caso convocado, mas nega ser proprietário ou ter participação acionária neste tipo de empreendimento no Estado.

“Vou colaborar, mas não tenho nada a dizer (sobre as denúncias) porque não faço parte deste projeto que eles falam que eu tenho. É comentário em vão”, sustenta, em meio às palestras do Congresso Internacional de Direito Constitucional, que aborda A Constituição e o Meio Ambiente, realizadas entre esta sexta (26) e sábado (27), no Centro de Eventos do Pantanal, em Cuiabá.

Dono do Grupo Bom Futuro, Eraí é acusado de interferir em processos na Sema para beneficiá-lo ou prejudicar concorrentes. Há deputados que teriam recebido dossiês com relatos de manobra e conchaves na secretaria para beneficiar grupos de empresários.

O pedetista refuta as acusações de favorecimento. Porém, ao mesmo tempo em que nega ter participação no setor, Eraí afirma com veemência que o prazo para a liberação das licenças pela Sema é igual ao de todos os Estados. “Acho que aqui não tem favorecimento. No Brasil leva-se o mesmo tempo. Basta fazer um estudo bem elaborado e deixar de conversa, de blábláblá”, dispara.

Após ser indagado reiteradas vezes sobre o tempo médio que a Sema leva para liberar as licenças, Eraí reconhece que o prazo pode levar de um a dois anos, com a contratação de engenheiros de qualidade. “Para obter uma licença é preciso verificar as quatro estações, ter bons engenheiros, e cumprir todos os termos de referência. Isto se não modificar alguma coisa, não é tão fácil”, avalia.

Na tentativa de negar participação acionária em PCHs, ele garante que só faz parte de um consórcio para pavimentação de uma entrada. “Na região por onde a estrada passa tem um sumidouro, que está sendo preservado. O rio entra, some e aparece depois de 400 metros, é um lugar muito bonito e muito visitado. Queremos manter a estrada reta. Levamos oito anos para construir. Houve necessidade de encurtar distância para transportar as crianças até a escola e no médico, entre outras coisas”, frisa Eraí.

Enquanto ele se esforça para convencer que só tem envolvimento na obra da estrada, o grupo empresarial do primo Blairo Maggi possui, por exemplo, seis das 11 PCHs construídas ao longo de 130 km do rio Juruena, que passa por Sapezal, do lado esquerdo, e Campos de Júlio, Comodoro e Juína, à direita. O empreiteiro Carlos Avalone também é dono de usinas na região. Os empreendimentos são questionados pelo fato da bacia do Juruena abrigar 11 terras indígenas de cinco etnias, com cerca de 88 aldeias. “O Blairo tem (PCH), mas eu só seria beneficiado se fosse filho, sobrinho ou neto dele para pegar alguma herança”, brinca Eraí.

Ao final, ele aproveita para fazer um panorama positivo do desempenho do coronel Alexander Maia no comando da Sema. O militar entregou o pedido de exoneração na última segunda (22). "O Maia fez um bom trabalho, mas cada um analisa de uma forma, pois é uma secretaria complicada, tudo que envolve o meio ambiente é polêmico", avalia.





Fonte: RDnews

Comentários

Deixe seu Comentário

URL Fonte: https://www.reporternews.com.br/noticia/78238/visualizar/